Debate mostra importância de ações nos municípios para reduzir câncer de mama

Da Redação | 10/05/2011, 12h26

O combate ao câncer de mama começa com ações nos municípios incentivando o controle do peso e atividades físicas regulares, além de acesso a exames para detecção precoce da doença e tratamento no tempo adequado. A importância desse protagonismo local foi ressaltado em debate realizado nesta terça-feira (10) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e Subcomissão Permanente em Defesa da Mulher.

Para o médico Ronaldo Correa Ferreira da Silva, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), iniciativas das prefeituras junto à população feminina, com foco nos fatores predisponentes, são fundamentais para evitar o câncer de mama.

Ele reconheceu a necessidade de ampliar o acesso a exames de diagnóstico, mas ressaltou que, além da detecção precoce, a redução da mortalidade depende da oferta de tratamento em tempo hábil.

- Mesmo com investimentos na detecção da doença, é preciso um controle rigoroso de todo o processo: na convocação da população, nos procedimentos diagnósticos de qualidade, como mamografias, punções e biópsia, e no tratamento adequado e em tempo hábil - disse.

Também Maria Inez Gadelha, do Ministério da Saúde, disse considerar essencial promover ações para eliminar fatores de risco, como o sedentarismo, a obesidade e o tabagismo.

- É preciso buscar vida saudável nos municípios, pois a epidemia de câncer nos países ricos está relacionada à obesidade e ao sedentarismo - disse.

Conferência para esposas de prefeitos

Os debatedores elogiaram evento que reunirá esposas de prefeitos, para discutir políticas de enfrentamento do câncer, programado para quarta-feira (11) e promovido pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

A presidente da federação, Maira Caleffi, também presente ao debate, explicou que o evento ocorre durante a 14º Marcha de Prefeitos em Brasília, que começou nesta terça-feira (10) e vai até quinta-feira (12).

Para Maira Caleffi, as primeiras damas podem participar de programas das prefeituras, especialmente de mobilização social e detecção precoce. Ela lembra que apenas 10% das mulheres chegam aos hospitais em estágios iniciais da doença (com 90 a 95% de chances de cura), sendo que, para quase metade delas, o diagnóstico acontece quando a doença já está em estágio avançado.

De acordo com a presidente da Femama, o número de casos de câncer no Brasil dobrou de 1975 a 2000 e, hoje, 30 mulheres morrem por dia no país, em decorrência da doença. Para ela, muitas dessas mortes poderiam ser evitadas se houvesse um melhor atendimento no serviço público de saúde.

- Às vezes, as pessoas ficam seis meses na fila no Inca, porque eles [médicos do Inca] também não dão conta - reforçou, lembrando que o instituto é um dos mais bem equipados do país.

Preocupação semelhante foi manifestada por Maria Tereza Simões Falcão, presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer. Ela relatou limitações para a detecção precoce do câncer de mama, devido a mamógrafos quebrados nos hospitais públicos ou aparelhos que realizam exames de baixa qualidade.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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