Eleito presidente da CRE, Collor promoverá ciclo de audiências sobre geopolítica mundial

Da Redação | 23/02/2011, 13h02

Eleito na manhã desta quarta-feira (23) para o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o senador Fernando Collor (PTB-AL) pretende promover ao longo deste ano uma série de audiências públicas a respeito da situação geopolítica mundial.

As audiências, cujo cronograma deverá ser anunciado na próxima terça-feira (1), tratarão das transformações ocorridas no cenário internacional desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

- Pretendo trazer o debate sobre o que ocorreu desde 1945, passando por eventos como os acordos de Bretton Woods, a criação das Nações Unidas e do Fundo Monetário Internacional, até chegar ao século 21 e o que ele nos apresenta. Tivemos um importante evento para a geopolítica mundial, que foi a dissolução do império soviético, com a queda do muro de Berlim e as suas consequências que conhecemos, como problemas sérios de imigração e o recrudescimento de ações terroristas. E, na primeira década do novo século, já estamos vivenciando terríveis problemas de fome, dramas ambientais, humanos e de liberdades políticas, sobretudo no Oriente Médio - disse Collor logo após a sua eleição.

Rio + 20

O novo presidente da CRE anunciou ainda a sua intenção de trabalhar pelo sucesso da conferência Rio + 20, prevista para o ano que vem,no Rio de Janeiro, quando se celebrarão os 20 anos da realização da II Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Conhecida como Rio 92, a conferência ocorreu no período em que Collor exercia o cargo de presidente da República. Ele disse ter recebido do governo a informação de que os preparativos da nova conferência estão em andamento e manifestou a expectativa de celebração, no Brasil, de um novo tratado de mudanças climáticas, para substituir o Protocolo de Kyoto.

- A Rio + 20 coincide com a o fim da vigência do tratado de Kyoto. Quem sabe não possamos, aqui no Brasil, nessa conferência, elaborar e apresentar ao mundo um instrumento jurídico que irá substituir o de Kyoto? O Protocolo de Kyoto hoje tem o balizamento jurídico das tarefas que cada país tem que cumprir, para que não estejamos na iminência de um absoluto desastre ambiental. Nosso dever é evitar que isso aconteça. É preciso chamar a atenção dos países que continuam a não querer entender a necessidade de reduzir as suas emanações de gases causadores do efeito estufa e do aquecimento global, para lembrar que esta é uma obrigação deles, em nome da humanidade e do planeta Terra - alertou.

Collor anunciou ainda a intenção de solicitar que todos os projetos que envolvam a concessão de financiamentos e de perdão de dívidas a outros países sejam analisados também pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Atualmente, eles tramitam apenas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

- Esses assuntos são tratados sob o enfoque econômico na Comissão de Assuntos Econômicos, mas eles dizem respeito à Comissão de Relações Exteriores no campo estratégico, por isso precisamos também analisá-los. Precisamos ver o que significa, estrategicamente, conceder financiamentos ou perdão de dívida a um determinado país - observou o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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