Acordo de integração será prioridade de novo embaixador no México

Da Redação | 24/11/2010, 13h16

As negociações para o estabelecimento de um Acordo Estratégico de Integração Econômica (AEIE), que tiveram início há um mês, serão prioridade do embaixador designado para o México, ministro de primeira classe Marcos Leal Raposo Lopes, cuja indicação recebeu nesta quarta-feira (24) parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Em depoimento à comissão, o embaixador observou que existe hoje, no México, uma "desconfiança" em relação a acordos de livre comércio Isto porque, mesmo após assinar 44 acordos, inclusive com a União Europeia e o Japão, o México continua dependente do comércio com os Estados Unidos, para onde vão 85% de suas exportações e de onde chegam 50% de suas importações. Além disso, lembrou, há um desconhecimento da economia brasileira, que tem motivado argumentos segundo os quais o Brasil ainda seria protecionista e a sua agricultura, muito subsidiada.

- Algumas empresas mexicanas parecem temer mais a competição com as empresas brasileiras do que com as norte-americanas. Pretendo combater a ideia de que o acordo não seria bom para o México e mostrar que esse acordo pode ajudar o México a reduzir a sua dependência histórica com relação aos Estados Unidos - disse Lopes, cuja indicação para o posto teve como relator o senador Aloizio Mercadante (PT-SP).

O acordo em negociação, como explicou Mercadante em seu relatório, será amplo e incluirá, além de tarifas comerciais, temas como serviços, investimentos, compras governamentais e propriedade intelectual.

O embaixador indicado informou ainda que existe uma divergência entre os dois países no que se refere à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Ligado ao grupo United for Consensus, o México prioriza a ampliação do número de assentos não permanentes do conselho. Por outro lado, o Brasil, que faz parte do G-4 juntamente com Japão, Índia e Alemanha, quer a ampliação do número de assentos permanentes e não permanentes.

Questionado pelo presidente da comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Lopes disse não ver perspectiva imediata de liberação de vistos para brasileiros que desejam ir ao México. Ele informou ainda que o Ministério das Relações Exteriores pretende fazer uma campanha de divulgação dos riscos das viagens de brasileiros que tentam ingressar ilegalmente nos Estados Unidos a partir do território mexicano.

República Tcheca

A comissão aprovou também a indicação do ministro de primeira classe George Monteiro Prata para o cargo de embaixador brasileiro junto à República Tcheca. O relator da mensagem presidencial com a sua indicação foi o senador Heráclito Fortes (DEM-PI).

Em sua exposição aos senadores, Prata afirmou que o diálogo bilateral "está se estreitando", mas reconheceu que as exportações brasileiras para aquele país ainda são "relativamente modestas". Em sua opinião, existe um "imenso potencial" para o crescimento da relação comercial bilateral.

O embaixador informou ainda que pretende fortalecer a presença cultural do Brasil na República Tcheca, com o objetivo de "projetar uma nova imagem" do país.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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