Flávio Arns lamenta o falecimento do primeiro padre surdo da América Latina e do Brasil

Da Redação | 03/08/2009, 21h09

Em pronunciamento nesta segunda-feira (3), o senador Flávio Arns (PT-PR) apresentou voto de pesar pela morte do primeiro padre surdo da América Latina e do Brasil e o segundo do mundo nessa condição, monsenhor Vicente de Paulo Penido Burnier, ocorrido no dia 16 de julho, em Juiz de Fora (MG).

Flávio Arns destacou que Monsenhor Vicente, nascido surdo em uma época na qual a pessoa com deficiência não contava com as proteções sociais hoje existentes, realizou uma caminhada precursora e de muita luta para a concretização de sua vocação. O senador explicou que o religioso nasceu em uma família preocupada em educá-lo com professores especializados desde a infância, quando assimilou a capacidade da fala de modo satisfatório, aprendendo a articular-se inclusive em latim, já vislumbrando o objetivo de atender ao ministério sacerdotal, vocação despertada precocemente na juventude.

Monsenhor Vicente teve a ordenação a padre decidida em Roma quando, em encontro com o próprio papa Pio XII, em 1951, solicitou licença para receber a ordem sacerdotal, uma vez que a condição de surdo, à época, constituía-se em impedimento canônico para o sacerdócio.

Flávio Arns destacou ainda que Monsenhor Vicente tinha uma personalidade alegre e fundou 18 Pastorais dos Surdos no Brasil e três fora do país, dedicando-se a elas no contexto de sua vida sacerdotal pela orientação religiosa, e, na atuação social, pela inserção do surdo no mercado de trabalho.

Conhecido como o pastor do povo excluído, Monsenhor Vicente foi o catequista dos surdos, deixando um caminho muito bem pavimentado, com exemplos de vida e conquistas sociais, a ser seguido pelas novas gerações de sacerdotes brasileiros, afirmou o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: