Vendas de livros subiram apenas 0,44% em 2007

Da Redação | 13/03/2009, 19h19

O mercado livreiro não se beneficiou muito dos chamados "anos virtuosos" da economia, abruptamente encerrado no último semestre de 2008 com a chegada da crise internacional. O crescimento real (descontada a inflação específica do setor) do faturamento em 2007 foi de apenas 0,44%. É o que mostrou pesquisa encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicado Nacional dos Editores de Livros (SNEL) à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade São Paulo (Fipe).

O volume vendido em 2007 foi de cerca de 329 milhões de exemplares - aumento de 6,06% em relação ao ano anterior. Divulgados em outubro passado, os dados de produção e vendas do setor editorial brasileiro apontam um faturamento global de R$ 3,013 bilhões, dos quais mais da metade em livros didáticos e um quarto em vendas para o governo.

O faturamento teve crescimento nominal de 4,62%, mas, descontado neste índice o IPCA educação, papelaria e leitura (em 2007, ficou em 4,18%), o aumento é bem mais modesto. Ainda assim, foi recebido positivamente pelas lideranças do setor.

- O mercado comprou mais. Isso significa que a população tem lido mais, resultado de uma série de ações voltadas para a difusão do livro e promoção da leitura - avalia a presidente da CBL, Rosely Boschini, destacando o aumento no número de títulos para o público infantil, que sinalizaria "um futuro promissor para o mundo do livro e da leitura".

Já Sonia Machado Jardim, presidente do SNEL, destaca na pesquisa o aumento no número de exemplares produzidos e vendidos e a queda no preço médio do livro (R$ 11,41, contra R$ 11,61 no ano anterior, motivada inclusive por uma ligeira desoneração fiscal do setor.

- Esta redução, aparentemente pequena, torna-se maior se considerarmos a inflação do período. A queda do preço médio do livro tem um efeito positivo que pode ser sentido tanto no bolso do consumidor quanto no orçamento do governo - explica a executiva, lembrando que mesmo com queda de 0,67% ante 2006, o governo segue sendo o maior comprador do mercado (24%), tendo investido R$ 726,8 milhões.

Ainda que as livrarias continuem como o grande ponto de vendas do mercado (47,69%), o comércio no porta a porta cresceu mais de 90% e hoje já responde por quase 10% dos exemplares comercializados. As vendas pela Internet, apesar de ainda baixas (1,71% do total), tiveram um crescimento de 285%.

Sylvio Guedes / Jornal do Senado 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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