Escolhidas para receber o prêmio Bertha Lutz têm trabalho voltado para a comunidade

Da Redação | 04/12/2008, 15h10

As cinco eleitas, nesta quinta-feira (4), pelo Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz para receber o prêmio foram selecionadas entre 55 indicadas por parlamentares e instituições. A premiação será feita em sessão especial do Senado no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 2009.

A juíza Sônia Maria Amaral Fernandes Ribeiro, que recebeu seis votos do conselho, foi indicada pela titular da Coordenadoria de Atividades Especiais da Presidência do Tribunal de Justiça do Maranhão, Lucileide Ribeiro Dias, em reconhecimento ao trabalho que vem realizando pelo fim da violência contra as mulheres brasileiras, em especial as do Maranhão. Ela é formada em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, tem pós-graduação em Magistratura pela Escola Superior da Magistratura/Esmam e é mestre em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Maranhão com a dissertação Violência Doméstica Contra a Mulher - Análise da Casa Abrigo de São Luís. A indicada, segundo informações do currículo encaminhado ao conselho, "nunca escondeu sua paixão pelo poder libertador que o Direito, seu conhecimento e defesa podem ter na luta em defesa dos direitos da mulher".

Também eleita com seis votos, a embaixadora da Boa Vontade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) Lily Marinho foi indicada pela presidente da Casa São João Batista da Lagoa (RJ), Maria Eunice Dias. Ela tem formação em estudos clássicos concluídos em Paris e, segundo currículo recebido pelo conselho, "contribuiu para que fosse renovada a rede de museus privados e públicos brasileiros e recebeu várias condecorações brasileiras e de outros países pela sua atuação nas artes".

A poeta Elisa Lucinda Campos Gomes foi indicada pela secretária especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Nilcéa Freire, e teve cinco votos do conselho. A selecionada é formada em Jornalismo e atuou em teatro, cinema e televisão. Ela publicou seu primeiro livro de poesia em 1994, e, segundo informações encaminhadas ao conselho, é considerada um dos maiores fenômenos da poesia brasileira. Em sua obra, Elisa expressa os tipos de discriminação que a mulher negra sofre, bem como escreve sobre as condições femininas na vida cotidiana.

Outra eleita, a advogada Cléa Anna Maria Carpi da Rocha, recebeu quatro votos por vir atuando profissionalmente, há mais de 30 anos, visando melhorar a condição humana "com a perspectiva de solidariedade e justiça social". Indicada pelo vice-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Vladimir Rossi Lourenço, a escolhida é formada em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e exerce o cargo de secretária-geral da OAB. De acordo com seu currículo, ela "atua em várias áreas relacionadas ao Direito, aos Direitos Humanos, à luta pelo Estado Democrático de Direito, desde o processo de redemocratização".

Também com quatro votos, foi escolhida para receber o prêmio Bertha Lutz a assistente social Neide Viana Castanha, indicada pela senadora Patrícia Saboya (PDT-CE). Ela recebeu destaque no trabalho que realizou na Penitenciária Feminina da Capital-SP, o que a levou a receber a visita e o apoio do Prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Pérez Esquivel. Neide Castanha também atuou na organização das prostitutas do centro da cidade de São Paulo e de meninos de rua da Praça da Sé. A selecionada adequou suas atividades profissionais à militância na defesa dos direitos de crianças e adolescentes do país.

A ex-primeira dama Ruth Cardoso, que morreu em 24 de junho deste ano, também foi escolhida por unanimidade pelos senadores do conselho para ser homenageada in memoriam. A sugestão da homenagem partiu da deputada Thelma de Oliveira (PSDB-MT). Formada em Filosofia, Ciências e Letras pela Universidade de São Paulo (USP), Ruth Cardoso era doutora em Antropologia pela mesma instituição e concluiu pós-doutorado na Universidade de Columbia, em Nova York. Dona Ruth, como era chamada, criou o Conselho da Comunidade Solidária, programa que visava à alfabetização, capacitação e produção de artesanato solidário, entre outros objetivos. Esse programa tinha como propósito "fortalecer pessoas e comunidades, estimulando suas potencialidades e capacidades para inserir em um mundo melhor". Ela publicou vários livros e trabalhos sobre imigração, movimentos sociais, juventude, meios de comunicação de massa, violência, cidadania e trabalho.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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