Encontro visa retomar atividades do Parlamento Amazônico, diz deputada boliviana
Da Redação | 14/07/2008, 16h19
A presidente do Parlamento Amazônico (Parlamaz), a deputada boliviana Ana Lucia Reis, declarou que o encontro iniciado nesta segunda-feira (14), em Brasília, visa rearticular o fórum e retomar suas atividades. É nesse contexto, destacou ela, que deverá ser discutido e elaborado um plano estratégico para o Parlamaz - entidade criada há cerca de 20 anos. Participam da reunião, que se estende até quarta-feira (16), deputados e senadores dos países que têm parte de seu território na Amazônia.
- Já há dois anos estamos tentando reativar o parlamento - disse a deputada.
Segundo a secretária-executiva do Parlamaz, a deputada venezuelana Zulay Zambrano, os representantes do fórum passaram os últimos dois anos visitando os oito países com terras na região amazônica (Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Equador), solicitando a designação de representantes oficiais pelas nações que ainda não os têm, como o Brasil. Na última sexta-feira (11), o senador João Pedro (PT-AM) anunciou que iria se candidatar a uma das vagas brasileiras nesse fórum.
Ao ser questionada sobre as razões da desarticulação do Parlamaz nos últimos anos, Ana Lucia Reis disse que "os países que fazem parte da região se esqueceram da existência do Parlamento Amazônico", mas ressalvou que, "quanto mais esquecida a Amazônia, mais facilmente se faz o que quer na região, como é o caso do desmatamento, do tráfico da fauna e da flora e da biopirataria".
- A Amazônia representa um tema delicado porque envolve vários interesses econômicos - afirmou a deputada boliviana.
De acordo com Zulay Zambrano, a maior parte das empresas que atuam na Amazônia "não são nacionais [não têm origem nos países da região amazônica], mas transnacionais, que inclusive vêm patenteando medicamentos e plantas locais". Ela também destacou que o fórum, para obter autonomia financeira, precisa de aportes de recursos por parte de seus integrantes.
Zulay observou ainda que o Parlamaz deverá apresentar propostas de "leis de referência" que possam servir de marco legal para a Amazônia, lembrando que essa legislação terá de ser ratificada pelos respectivos parlamentos dos países da região.
O encontro está sendo realizado no prédio do Interlegis, anexo ao Congresso Nacional.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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