Garibaldi celebra centenário de Djalma Marinho e defende independência do Parlamento

Da Redação | 07/07/2008, 14h29

O presidente do Senado, Garibaldi Alves, discursou na sessão solene realizada pela Câmara dos Deputados, na manhã desta segunda-feira (7), para celebrar o centenário do tribuno Djalma Marinho. Na ocasião, foi relançado, em homenagem ao ex-deputado federal pelo Rio Grande do Norte, o livro O homem que pintava cavalos azuis, de Diógenes da Cunha Lima. Garibaldi defendeu um Parlamento independente, "como o homenageado sempre pregou".

- Ninguém pode conceber um Parlamento com Djalma Marinho tendo a enxurrada de medidas provisórias que temos hoje. Que contribuição Djalma Marinho daria à reforma política do Brasil, reforma que precisa ser feita urgentemente e que fica sempre adiada, talvez por não contarmos com um homem com o talento de Djalma Marinho!

Folheando o livro referente ao homenageado, Garibaldi disse que falava na qualidade de quem não era próximo nem correligionário desse tribuno, mas pertencente a uma família adversária de Djalma Marinho. Por isso mesmo, queria testemunhar as qualidades do homenageado como parlamentar, orador e homem público exemplar.

- Djalma Marinho era um homem que não cabia na política do Rio Grande do Norte daquele tempo. Daí porque se dizia que ele era mais forte em Brasília do que lá. Aquela vocação intelectual de Djalma Marinho, aquele aprendizado que ele tinha da política se chocava um pouco com a realidade do Rio Grande do Norte.

Lembrando que era filho e sobrinho de adversários de Djalma Marinho no estado, Garibaldi afirmou que sempre foi aconselhado pelos mais velhos a não falar mal desse adversário.

- Porque Djalma sempre foi o doce Djalma. Ele era uma figura muito amena para conviver na política do estado. Veio para o cenário nacional e aqui teve os confrontos e desencontros que todos sabemos - disse ainda o presidente do Senado, referindo-se às firmes posições do homenageado durante o regime militar.

Ao ser aparteado pelo deputado Felipe Maia (DEM-RN), Garibaldi disse que a política no Rio Grande do Norte, hoje, não é mais radical como antes, pois já permite um diálogo permanente entre adversários que, noutros tempos, se tornavam inimigos. De acordo com o presidente, durante algum tempo, a política no seu estado foi "na base do amor e do ódio". Ele louvou o fato de o diálogo prevalecer atualmente.

- Diria que a política talvez tenha se tornado mais pacífica, mais amena, mais generosa, graças ao que pregou e sempre pregará esse grande político que foi Djalma Marinho.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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