Arthur Virgílio pede explicações a Dilma Rousseff sobre denúncia de favorecimento na compra da Varig

Da Redação | 04/06/2008, 20h29

A denúncia da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu de que a ministra da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, favoreceu um fundo de investimento americano na compra da Varig levou o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), a requerer informações à ministra sobre o processo de venda da empresa aérea.

A aprovação, no final de 2006, da compra da VarigLog pelo fundo Matlin Paterson e seus sócios brasileiros, Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Gallo, possibilitou que o grupo adquirisse a Varig por US$ 24 milhões, em leilão. Logo depois, a empresa foi vendida à Gol, por US$ 320 milhões.

Arthur Virgílio citou entrevista dada por Denise Abreu ao jornal O Estado de S. Paulo, em que afirmou ter sofrido pressão da ministra Dilma e de sua secretária-executiva, Erenice Guerra, para tomar decisões favoráveis à venda da VarigLog e da Varig ao fundo americano. O senador disse que a ex-diretora da Anac revelou ainda que a filha e o genro do advogado Roberto Teixeira, amigo do presidente Lula, e cujo escritório era representante dos compradores à época, usaram sua influência para pressioná-la.

- Segundo ela, Dilma a desestimulou a pedir documentos que comprovassem a capacidade financeira dos três sócios brasileiros para comprar a empresa, já que a lei proíbe estrangeiros de possuir mais de 20% do capital das companhias aéreas. A diretora da Anac queria documentos comprovando a origem de capital e a declaração de renda dos sócios brasileiros para verificar se tinham recursos para a compra - assinalou.

No requerimento de informações, o senador pergunta quais foram os dias e horários de visita de Denise Abreu e Milton Zuanazzi à Casa Civil no Palácio do Planalto; sobre qual tema eram as audiências solicitadas; os dias e horários de visita do advogado Roberto Teixeira e de sua filha Valeska Teixeira ao Palácio do Planalto; se a ministra Dilma conhece ou já recebeu alguma visita dos sócios brasileiros Marcos Antônio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo; e se a ministra Dilma já participou de alguma reunião sobre a venda da Varig, oficialmente ou extra-oficialmente.

No requerimento, o senador cita o artigo 50, parágrafo 2º da Constituição, pelo qual a ministra Dilma Rousseff tem um prazo de 30 dias para responder ao requerimento e, em caso de não atendimento no prazo constitucional, recusa ou prestação de informações falsas, a ministra poderá ser processada por crime de responsabilidade.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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