Heráclito condena declaração do presidente do movimento Cansei

Da Redação | 16/08/2007, 17h56

Em pronunciamento nesta quinta-feira (16), em Plenário, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) criticou declaração do executivo Paulo Zottolo, em entrevista ao jornal Valor Econômico, em que este teria afirmado que a campanha Cansei, a qual preside, "quer mexer no marasmo cívico do país, que estaria sendo levado a se transformar em um Piauí". Segundo o senador, Zottolo teria afirmado ainda que "não se pode achar que o país é um Piauí, no sentido de tanto faz ou tanto fez", e teria acrescentando: "Se o Piauí deixar de existir, ninguém vai ficar chateado".

Heráclito, lembrando que Zottolo preside a Philips no Brasil, disse compreender o fato de o executivo estar "com problemas concorrenciais", com a LG e a Sansung, que disputam com a Philips o mesmo mercado.

- Ele deve estar irritado, atarefado e, agora, empolgado com essa campanha que realmente é meritória. Porém, para comandar uma campanha dessa natureza, é preciso, no mínimo, ter equilíbrio e respeitar os estados da Federação, porque eu também cansei de arrogância e de prepotência - disse o senador.

Heráclito lamentou a atitude de Zottolo e disse pensar que ataques ao seu estado natal fossem "coisas do passado".

- É lamentável que, ao defender seus pontos de vista, ataque um estado da Federação onde há empresários que representam o seu produto e que são, sistematicamente, premiados por serem campeões de venda - disse o parlamentar.

O senador também condenou Zottolo pela "falta de humildade", aconselhando-o a buscar lições nesse sentido com ex-dirigentes da multinacional holandesa, a exemplo do piauiense José Horácio Gayoso.

- O Zottolo talvez não saiba que a própria Philips, por meio de um piauiense que foi dirigente dessa empresa, não só no Brasil, mas também na Holanda, o senhor José Horácio Gayoso, investe maciçamente, talvez no maior projeto individual da Philips no Brasil, em programas sociais no estado do Piauí, focados na área de educação - disse.

Os senadores Mário Couto (PSDB-PA) e Mão Santa (PMDB-PI) manifestaram apoio a Heráclito Fortes. Mão Santa disse que Zottolo era "um ignorante da história" do país e, em uma brincadeira com seu nome, chamou-o de "tolo", acrescentando depois os adjetivos "arrogante" e "imbecil".

- Hoje [16], ó tolo, é o aniversário de Teresina, que foi a primeira capital planejada desse país e inspirou Belo Horizonte, Goiânia, Brasília e Palmas - disse Mão Santa.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: