Demóstenes pede ação do governo contra irregularidades na Infraero

Da Redação | 17/07/2007, 14h01

Em entrevista à imprensa após a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, nesta terça-feira (17), o relator da comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), disse que os analistas do Tribunal de Contas da União (TCU) presentes à reunião confirmaram os "fortes indícios de irregularidades" nos contratos da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).

O senador reafirmou que havia "um sistema" na Infraero que produzia contratos irregulares, com problemas de sobrepreço, superfaturamento e pré-qualificação de empresas. O relator afirmou também que muitos dos responsáveis por essas irregularidades continuam trabalhando na Infraero e pediu que o governo federal aja para solucionar o problema.

Demóstenes afirmou que a CPI deve voltar a reunir-se na primeira semana de agosto, depois do fim do recesso parlamentar de julho. A comissão continuará investigando denúncias de irregularidades na Infraero e deverá votar quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos. Os requerimentos de quebra de sigilo aguardam votação, mas não tem havido quórum na CPI para deliberação, de acordo com Demóstenes.

Também em entrevista após a reunião da CPI, o secretário de Fiscalização de Obras do Tribunal de Contas da União (TCU), Cláudio Sarian Altounian, afirmou que o TCU vem dando prioridade aos processos nos quais foram encontrados "indícios fortes de irregularidades" na Infraero, mas que a demora na análise desses casos é causada inclusive pela própria empresa, que chega a levar cinco meses para apresentar defesa, quando o prazo usual é de 15 dias.

Altounian destacou, no entanto, que os processos não estão julgados e que o tribunal ainda não determinou a paralisação de nenhuma obra. As principais obras em investigação pelo TCU são as dos aeroportos de Vitória, Goiânia, Macapá e Guarulhos, entre outros, de acordo com Altounian.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)