Valadares teme efeitos das mudanças climáticas sobre agricultura do Nordeste

Da Redação | 12/04/2007, 17h14

 É preciso investir em políticas públicas que minimizem os efeitos do impacto ambiental gerado pelo efeito estufa e pelo aquecimento global sobre a agricultura do Nordeste. É o que cobrou nesta quinta-feira (12) em Plenário o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que prevê falência das pequenas lavouras, fome e êxodo rural advindos do rápido processo de mudanças climáticas.

Valadares afirmou que há tempos o homem do campo sente os efeitos das alterações no clima sobre suas plantações, e pesquisas mostram que a elevação da temperatura do planeta comprometerá a produção.

- Há cultivos adaptados ao calor e cultivos adaptados à seca, e tudo isso vai ficar embaralhado com o aquecimento global. As perdas poderão ser catastróficas - disse.

No caso do Nordeste, ele informou que a tendência é a aridização do semi-árido, o que significa que grandes regiões do sertão serão vitimadas por secas, estiagens muito mais prolongadas que as atuais e desertificação.

O pesquisador José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), citado pelo senador, concluiu que a região mais afetada será o quadrilátero que abarca o oeste do Piauí, o sul do Ceará, o norte da Bahia e o oeste de Pernambuco, justamente onde se encontram as cidades com menor desenvolvimento humano.

Para Valadares, "para evitar a calamidade social", o debate sobre o aquecimento global tem que ser aprofundado no Parlamento. Os principais pontos a serem levados em consideração, em sua opinião, são a responsabilidade dos países mais ricos, os maiores poluidores do planeta, a necessidade de contenção do desmatamento, do investimento em biocombustíveis e em pesquisas para o desenvolvimento de cultivos mais adaptados à nova realidade.

- Não vai haver termostato para desligar o planeta Terra quando ele estiver superaquecido - disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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