Roriz pede tratamento prioritário para o agronegócio

Da Redação | 11/04/2007, 20h36

O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) criticou nesta quarta-feira (11) o governo federal por não dar tratamento prioritário ao agronegócio. De acordo com o parlamentar peemedebista, o Brasil é hoje o maior exportador de suco de laranja, café e soja em grãos por esforço dos produtores rurais, não do governo.

- Quando o agronegócio não cresce, a economia, como um todo, também não cresce, ou cresce muito pouco - advertiu o senador, que observou também o impacto positivo que o bom desempenho do setor agropecuário e da agroindústria na redução dos preços ao consumidor, principalmente da cesta básica.

De acordo com Roriz, as vantagens que o agronegócio oferece para países como o Brasil vêm sendo prejudicadas pelas políticas protecionistas dos Estados Unidos e da Europa. Hoje, essa ampla cadeia produtiva é responsável por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB), mais de 40% das exportações e 37% dos empregos, mas enfrenta concorrência desleal de agricultores e pecuaristas estrangeiros que recebem subsídios, já que não têm a mesma produtividade dos brasileiros.

Apesar desse protecionismo, entre 2001 e 2006 a exportação brasileira de carne bovina teve sua receita elevada de R$ 1 bilhão para R$ 4 bilhões por ano. Enquanto o brasileiro paga 35% de imposto para comprar um carro Mercedes, a carne brasileira é taxada em até 176% para entrar na Comunidade Européia, que é o maior mercado importador do Brasil, segundo Roriz.

- Tem algo de errado em nossa política, que não combate com êxito tais distorções. Teremos que enfrentar não apenas esses governos [protecionistas], mas também suas populações, pois 60% dos europeus rejeitam o corte de subsídios agrícolas- disse o senador, que recomendou a abertura de novos mercados (China, Egito e Rússia, por exemplo) como um caminho para a redução do nível de dependência dos mercados norte-americano e europeu.

No entender do senador, o agronegócio, sem planejamento, está permanentemente vulnerável às mudanças climáticas, ao nervosismo do mercado, à supervalorização do real frente ao dólar e a incidentes evitáveis, como o recente surto de febre aftosa. O parlamentar reclamou igualmente das altas taxas de juros.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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