Renan participa de reunião que decide criar grupo para definir ações de combate ao crime em Alagoas

Da Redação | 14/03/2007, 14h28

O presidente do Senado, Renan Calheiros, participou nesta quarta-feira (14), no Ministério da Justiça, de reunião em que ficou decidida a criação de um gabinete de gestão integrada para combater o crime em Alagoas. Com a presença do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, esse gabinete será instalado nesta quinta-feira (15), em Maceió, para identificar as causas do recrudescimento do crime no estado e traçar um plano de ação.

Além de Renan e Thomaz Bastos, participaram da reunião o governador do estado, Teotonio Vilela, os senadores João Tenório (PSDB-AL) e Romeu Tuma (PFL-SP), o deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL), o diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, o secretário Nacional de Segurança Pública, Robson Robin, e o prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa.

Renan anunciou que esse grupo de ação integrada promoverá a atuação conjunta da Polícias Federal, Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Rodoviária Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário naquele estado. O último crime a convulsionar Alagoas foi o seqüestro do juiz Paulo Zacarias, libertado nesta quarta-feira (14), a 21 quilômetros da capital.

De acordo com Teotonio Vilela, gabinetes de ação integrada como o criado agora para Alagoas já existem em outros estados igualmente atingidos pela violência, devendo sua ação ter efeito no estado.

- O estado de Alagoas vive um momento de apreensão. Esses seqüestros mostram que, além do crime em si, há uma inserção de afrontamento às instituições. Solicitei a participação do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. Fui atendido prontamente. Vamos iniciar agora uma nova etapa na questão da segurança pública no estado - disse o governador de Alagoas, ao final da reunião.

Renan saiu do encontro igualmente confiante na ação desse gabinete de ação integrada. Ele disse ser fundamental que o crime organizado seja desmantelado, a fim de que Alagoas possa voltar a ter paz.E também afirmou que só uma investigação rigorosa pode levar à origem da multiplicação dos crimes no estado.

- Seria uma leviandade falar qualquer coisa. Mas é muita coincidência serem seqüestrados ao mesmo tempo três membros do Judiciário, Poder que foi fundamental no passado no combate ao crime organizado e no desmantelamento de parcelas do crime que dominavam o estado - enfatizou Renan.

De acordo com o presidente do Senado, o diagnóstico desse grupo criado no Ministério da Justiça vai dizer, primeiramente, o que é que está havendo e, em segundo lugar, o que é preciso fazer; qual ação tem de ser anunciada para o combate ao crime organizado. Ele também observou que esse tipo de grupo está instalado em vários estados do Brasil, "onde a insegurança pública está se tornando uma coisa generalizada". E alertou:

- Precisamos de todos os esforços para que isso seja enfrentado com eficácia, num momento em que um estado pobre como Alagoas está exposto, da forma como está, à ação do crime organizado, que seqüestra pessoas, pessoas emblemáticas, autoridades constituídas, membros do Judiciário, atemorizando a população - ressaltou.

De acordo com Renan, Thomaz Bastos faz questão de ir a Alagoas para esse primeiro encontro, que deverá repetir-se na segunda-feira (19), já com o novo titular da pasta da Justiça, Tarso Genro. Indagado por jornalistas sobre as causas do crescimento da violência em Alagoas, o presidente do Senado disse que pode haver particularidades, inclusive de caráter político, ainda desconhecidas em sua origem.

- O estado, do ponto de vista financeiro, viveu momentos dramáticos e ainda vive, apesar da disposição do governador de reconstruí-lo. Do ponto de vista da segurança pública, essa situação é generalizada no país, mas pode haver particularidades em Alagoas que igualmente precisam ser enfrentadas. Pode ter aspectos políticos; é esse diagnóstico que precisa ser rapidamente feito. Nós já tivemos no passado uma ação integrada que desmantelou uma gangue fardada, que botou essa gente na cadeia. Essas medidas precisam ser tomadas para que a paz volte a reinar em Alagoas - defendeu Renan.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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