Crivella: PAC representa ponto de inflexão no governo Lula

Da Redação | 14/03/2007, 16h43

 Ao discursar em Plenário nesta quarta-feira (14), o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) declarou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) representa "um ponto de inflexão na trajetória da política econômica do governo Lula". Ele afirmou que os dois governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002, e o primeiro de Luiz Inácio Lula da Silva, de 2003 a 2006, "construíram suas estratégias de crescimento a partir de lendas" baseadas em uma atuação extremamente limitada do Estado.

Segundo Crivella, "o PAC não aceita as idéias de que o Estado ocupa o lugar da iniciativa privada e de que o investimento público expulsa o investimento privado da economia, muito pelo contrário; esse programa adota a idéia de que o investimento público atrai o investimento privado, além de abrir espaço para a expansão deste último".

- O governo Lula retomou a iniciativa com o PAC, depois de quatro anos esperando o "espetáculo de crescimento" que seria oferecido pelo mercado - disse ele.

O senador reconheceu, no entanto, que os valores dos investimentos públicos previstos no programa "não são notáveis". Mas, por outro lado, afirmou que esses valores seriam muito superiores aos dos últimos anos, o que permitiria - de acordo com ele - que os investimentos públicos aumentassem de 0,5% para 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Quanto às recorrentes críticas sobre a carga tributária brasileira, Crivella declarou que "a causa da elevação dessa carga foi o aumento da taxa básica de juros".

- Ela foi aumentada durante os governos de FHC e Lula [primeiro mandato] para reduzir o déficit nominal, o qual cresceria de forma explosiva devido às despesas financeiras do governo com as altas taxas de juros - argumentou o parlamentar.

Ajuste macroeconômico

Crivella defendeu ainda o ajuste de políticas macroeconômicas, como a monetária e a cambial, para auxiliar o PAC na perspectiva do crescimento. Entre as medidas preconizadas pelo senador estão a redução mais acelerada da taxa básica de juros - atualmente em 12,75% ao ano - e o estabelecimento de uma taxa de câmbio "estável e desvalorizada", visando a garantir às exportações brasileiras preços competitivos no mercado internacional.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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