Borges protesta contra demora da polícia para investigar assassinato de servidor

Da Redação | 14/03/2007, 16h42

A demora da Polícia Civil baiana para investigar o assassinato do funcionário público municipal Neylton Silveira Couto foi motivo de protesto do senador César Borges (PFL-BA) nesta quarta-feira (14). Ele disse que, decorridos 30 dias do crime, a polícia marcou o último dia 6 para apresentar os resultados do inquérito, convocou a imprensa e montou um grande aparato, mas não apresentou nada de novo.

- Não assistimos a absolutamente nenhuma providência, a qualquer manifestação de interesse nem do governador [da Bahia] Jacques Wagner, do Partido dos Trabalhadores, nem do prefeito [de Salvador] João Henrique, do PDT, que se omitiram de buscar e apresentar para a opinião pública uma satisfação para o que estava ocorrendo - lamentou.

O senador assinalou que este assassinato se equipara aos dos prefeitos de Santo André, Celso Daniel, e de Campinas, Toninho do PT, e pergunta o que pode estar por trás desses crimes. Segundo Borges, a própria Polícia baiana aponta como motivação do crime a discordância do funcionário com as improbidades administrativas que estariam sendo praticadas na Secretaria Municipal de Saúde de Salvador com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

César Borges disse que ao verificar os relatórios de transferência de recursos do SUS para a Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal encontrou disparidades. Segundo o senador, esses recursos giravam entre R$ 27 milhões e R$ 29 milhões por mês, durante o ano de 2006, mas, em setembro de 2006, o valor passa para R$ 41,6 milhões, voltando à normalidade no mês seguinte.

- Por que houve esse acréscimo de recursos na véspera das eleições? Esse fato precisa ser esclarecido, pois envolve recursos públicos federais para a saúde - disse o senador.

César Borges leu manchetes dos principais jornais da Bahia e um comunicado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estadual, todos protestando contra a demora nas investigações, apontando a "incompetência da polícia" e defendendo uma apuração rigorosa do assassinato.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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