Garibaldi faz alerta: "PAC vai naufragar"

Da Redação | 07/03/2007, 18h36

Após participar do debate entre senadores, ministros e líderes empresariais sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) disse, nesta quarta-feira (7) que o PAC não é suficiente para levar o país a um crescimento de 5% e acrescentou: "se não é suficiente e se o governo não se mostrar aberto ao diálogo, o programa vai naufragar".

Garibaldi parabenizou o senador José Agripino (PFL-RN) pela iniciativa de propor uma série de debates sobre o PAC e manifestou satisfação por ter podido interpelar os ministros das Comunicações, Hélio Costa, e de Minas e Energia, Silas Rondeau, e os presidentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, e da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

O senador lembrou que os líderes empresariais inicialmente manifestaram confiança no PAC, mas aos poucos perceberam que era pouco para alcançar um crescimento de 5%, como apregoa o governo. Garibaldi assinalou que essa mesma percepção logo será igualmente manifestada pelos líderes sindicais, acrescentando que o PAC deveria ser imediatamente submetido ao crivo daqueles que querem colaborar.

- O que mais me impressionou foi o crescimento dos gastos correntes, que chegam a mais de 19% do Produto Interno Bruto (PIB). Se não há um governo para deter isso, vira uma bola de neve - alertou.

O senador Almeida Lima (PMDB-SE) disse, em aparte, que o PAC não passa de um "instrumento de retórica" e que, com a carga tributária brasileira, não se pode falar em desenvolvimento. O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que o PAC é "propaganda aumentada e criminosa e, nas ruas, já esta sendo chamado de Programa de Ajuda aos Companheiros".

O senador José Agripino (PFL-RN) lembrou que quanto maior for o percentual do PIB utilizado para gastos correntes do governo, menor será a capacidade de investimento. O senador Válter Pereira (PMDB-MS) disse que o debate precisa avançar sobre a questão do spread bancário, que é onde está o lucro dos bancos. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que o governo não quer enfrentar a redução do gasto público.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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