Agripino aponta fracasso de assentamento criado por Lula
Da Redação | 05/03/2007, 19h36
Agripino leu trecho do discurso do presidente Lula, quando assinou o ato de desapropriação da Maisa, prometendo retornar em dois anos (2005) para ver como estava o assentamento e mostrá-lo ao mundo como exemplo de reforma agrária perfeita. Lula não mais retornou ao local.
Segundo relato do senador, os assentados não plantaram "nem um pé de alface, não colhem o que já existe, depredaram os equipamentos, ainda vivem em acampamentos e são sustentados pelo Programa Bolsa-Família. Acrescentou que os assentados destruíram os transformadores de energia elétrica para vender o cobre do seu interior e saquearam as bombas que retiravam água de grandes profundidades para a irrigação. A fábrica de castanhas - que não foi desapropriada - foi a leilão, mas não despertou o interesse de nenhum comprador porque as castanhas não são colhidas.
- O futuro oferecido se transformou em esmola do Bolsa-Família. Eu vou cobrar o tempo todo o cumprimento da palavra. Prometeu, tem que cumprir. Ajoelhou, tem que rezar - afirmou.
O senador Mão Santa (PMDB-PI) lembrou que os franceses costuma dizer que "do trono ao cadafalso é um passo" e que o presidente Lula pode estar na mesma situação devido "ao grau de incompetência e de corrupção do seu governo". O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) lamentou que Lula tenha optado pela desapropriação da Maisa em vez de recuperar o projeto e implantar uma cooperativa de trabalhadores.
O senador César Borges (PFL-BA) lembrou que a Maisa comprava castanhas de caju em todo o semi-árido nordestino e não apenas no Rio Grande do Norte, gerando emprego e renda em todo o Nordeste. Para ele, o projeto de reforma agrária do governo Lula só está conseguindo criar guetos e favelas rurais. Borges ainda criticou a Medida Provisória 354/07 que doa R$ 20 milhões à Bolívia para fins de reforma agrária.
Após falar por telefone com autoridades do governo, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que quer conhecer o assentamento Maisa para verificar o que é possível ser feito para corrigir os erros.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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