Para Heráclito, é preciso cautela e "lente de aumento" para analisar as medidas do PAC

Da Redação | 22/01/2007, 17h25

Ao fazer uma análise das medidas anunciadas pelo governo para acelerar o crescimento econômico do país, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse à Agência Senado que o Congresso e o seu partido devem recebê-las com cautela e uma "lente de aumento" para analisá-las com profundidade.

- O governo falou em R$ 500 bilhões [em investimentos até 2010]. É preciso ver qual será a origem desses recursos. É, no mínimo, temerário mexer com o dinheiro do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], que mantém a estabilidade do trabalhador - afirmou Heráclito, referindo-se à criação de um fundo com recursos do FGTS para a realização de obras de infra-estrutura.

Para Heráclito, o governo precisa encontrar formas de auto-financiamento para as obras e não recorrer a empréstimos externos.

- O governo Lula rompeu com o FMI [Fundo Monetário Internacional]. Não pode se basear em empréstimos externos - opinou.

Na avaliação do senador, faltou ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a proposta de conclusão da Reforma da Previdência, sem a qual, acredita, "não se vai chegar a lugar algum".

Salientou também a necessidade de criação de marcos regulatórios para atrair investimentos e de autonomia para as agências reguladoras, cujos orçamentos, segundo ele, devem ser "intocáveis".

Heráclito mostrou-se também cético quanto ao suposto consenso dos governadores acerca do programa. O senador salientou que os governadores do Pará, Ana Júlia Carepa, e da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima, já teriam manifestado divergências com relação às medidas de desoneração tributária.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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