Para Darcy Ribeiro, "Sem um povo educado não há como fazer o país crescer"

Da Redação | 18/12/2006, 18h37

Na comemoração dos dez anos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei 9.394/1996) - pelo Senado Federal, nesta terça-feira (19), o antropólogo, sociólogo e ex-senador Darcy Ribeiro foi lembrado em todos os pronunciamentos. Relator da matéria no Senado, Darcy coordenou a discussão no Congresso Nacional e deu forma à lei, que, em reconhecimento, foi batizada com o seu nome.

Darcy Ribeiro deu atenção à qualificação do Magistério. Uma contribuição essencial foi a criação dos Institutos Superiores de Educação (ISEs), dedicados à formação de professores. Segundo a LDB, cabe aos ISEs oferecer o curso normal superior para formar professores de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Semelhantes ao antigo normal de nível médio, eles propiciam um estudo mais amplo e aprofundado, como num curso universitário. Esse investimento era, segundo ele, essencial à melhoria da educação.

 Um professor bem preparado, estimulado e provido de um mínimo de material didático foi sempre uma peça-chave nas escolas que alfabetizaram o mundo - dizia.

Inspirado pelo movimento da Escola Nova, o sociólogo foi um dos primeiros a engajar-se politicamente na causa do ensino público, gratuito e de qualidade. Considerava o sistema educacional brasileiro elitista e desonesto, porque promovia a exclusão, consciente ou não, das crianças de classes populares. Criticava o sistema de turnos que, ao reduzir o tempo de aula, restringia também as chances de sucesso de quem não tinha condições de complementar a formação em casa.

Entre as principais criações de Darcy Ribeiro estão os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), escolas de horário integral do Rio de Janeiro, e a Universidade de Brasília (UnB), por ele projetada dentro de uma nova concepção de ensino superior. Ao longo da vida, foi ministro da Educação (1962-1963), chefe da Casa Civil (1961-1964), vice-governador do Rio (1982-1985), além de senador (1990-1997), etnólogo e, acima de tudo, educador.

Com informações da NOVA ESCOLA On-line e da Fundação Darcy Ribeiro

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: