Raupp enumera entraves ao crescimento econômico brasileiro

Da Redação | 07/12/2006, 20h37

As elevadas taxas de juros, os baixos investimentos em infra-estrutura e o pagamento de juros da dívida externa são alguns dos obstáculos ao crescimento econômico do Brasil, afirmou nesta quinta-feira (7), em Plenário, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO). O senador disse que o país precisa de investimentos urgentes em saneamento básico, na recuperação de rodovias, portos e aeroportos e na geração de energia pois, do contrário, o crescimento de 5% anuais prometidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva não será possível.

Na avaliação de Raupp, a política de controle inflacionário pode ser um dos entraves ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A alta taxa de juros, disse o senador, inibe os investimentos públicos e privados e também o consumo, dificultando o crescimento econômico e a queda das taxas de desemprego.

Praticamente R$ 150 bilhões por ano são gastos pelo país com o pagamento de juros da dívida externa, disse Raupp, o que diminui a quantidade de recursos públicos destinados para investimentos em infra-estrutura. Ele defendeu mais investimentos nos portos, aeroportos e rodovias, assinalando que cerca de 50% da malha rodoviária nacional está em "condições ruins ou péssimas".

Apenas as perdas de grãos ocasionadas "por condições inadequadas de transporte", informou o senador, representam 7% do custo de produção da soja, e 12% do custo de produção do arroz. Raupp disse ainda que os baixos investimentos na geração de energia elétrica ameaçam a meta de crescimento do PIB. O senador sugeriu que a construção das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, e de Belo Monte, no Pará, podem ajudar o país a evitar problemas energéticos.

O saneamento básico é outro problema, avaliou Raupp. Ele disse que 27% das residências brasileiras não têm acesso a rede de esgoto sanitário e 11% não têm acesso a água tratada. O desempenho nacional, no que se refere ao esgoto, segundo afirmou, é inferior ao apresentado pelo Paraguai ou pelo México.

Raupp disse ter proposto à equipe econômica do governo uma redução mínima do superávit primário para investimentos em infra-estrutura. O Conselho de Desenvolvimento Econômico Social (CDES), acrescentou, também sugeriu algumas medidas: crescimento anual do PIB a 6% ao ano, juros a 3%, combinadas à geração de 2,1 milhões de empregos por ano.

Contenção de despesas correntes, desoneração tributária, aumento do investimento público e rápida redução dos juros seriam medidas que, agregadas à adoção de outros ajustes estruturais nas áreas política e previdenciária, na avaliação de Raupp, poderiam "inverter a espiral negativa a que o Brasil hoje se vê preso".

Em aparte, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) elogiou o pronunciamento de Raupp.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: