Presidente e relator são contrários à prorrogação dos trabalhos

Da Redação | 06/12/2006, 17h20

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), manifestou-se contrariamente, nesta quarta-feira (6), à prorrogação dos trabalhos da comissão. A declaração foi feita logo após o início da reunião que em foi ouvido, de forma reservada, o delegado da Polícia Federal Diógenes Curado, responsável pelas investigações sobre a tentativa de compra, por parte de pessoas ligadas ao PT, de um dossiê que supostamente envolve políticos do PSDB com a chamada máfia dos sanguessugas.

Na opinião de Biscaia, os trabalhos da comissão poderiam ser prorrogados até o final de janeiro, mês ainda pertencente à atual legislatura, mas, para ele, não haveria suficiente presença de parlamentares nas reuniões. Assim, disse ele, a votação do relatório final poderia ficar comprometida.

- Se o relatório não for aprovado em dezembro, será que em janeiro ele seria aprovado? Evidentemente que não - disse Biscaia.

O relator da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO) também defende o encerramento das atividades da CPI dos Sanguessugas em dezembro. Na sua opinião, o período de recesso não é produtivo, o que poderia frustrar a expectativa de um melhor resultado.

Lando disse ainda que o episódio do dossiê não é o fato determinado para ser investigado pela CPI dos Sanguessugas. Ele afirmou que o objetivo do dossiê se relaciona com crime eleitoral, que não é o foco da comissão.

- O único ponto de contato com a comissão é o nome Vedoin [sobrenome de Luiz Antonio e Darci, donos da Planam]. Fora daí são outros atores, é outra motivação, um objetivo que não tem a ver com o que estávamos investigando, foge totalmente à linha das investigações - disse o relator.

Já o vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), defende a prorrogação das atividades da comissão até o final de janeiro. Ele quer que o relatório final da comissão seja apresentado somente após o término do inquérito da Polícia Federal.

Jungmann lembrou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já enviou ofício à CPI no qual afirma que a prorrogação é uma decisão do colegiado. O deputado disse que, no Senado, já foram obtidas as 27 assinaturas necessárias à prorrogação das atividades da CPI dos Sanguessugas. Na Câmara dos Deputados, disse ele, foram colhidas quase 75 assinaturas, das 171 exigidas pelo Regimento.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)