Senador Ramez Tebet morre aos 70 anos em Campo Grande

Da Redação | 18/11/2006, 10h00

O senador Ramez Tebet (PMDB-MS), ex-presidente do Senado, faleceu às 23h30 desta sexta-feira (17) em sua residência, no centro da cidade de Campo Grande (MS), de complicações de uma neoplasia hepática.

Conforme informaram assessores, o corpo do senador foi velado de 3h da madrugada até às 9h na Assembléia Legislativa, em Campo Grande, sendo visitado por mais de mil pessoas. De lá seguiu em carro do Corpo de Bombeiros até o aeroporto da capital, para posterior deslocamento para Três Lagoas, para o sepultamento no cemitério Santo Antônio, com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de senadores, incluindo Renan Calheiros e José Sarney (PMDB-AP). Três Lagoas é a cidade onde Tebet foi prefeito e tinha a sua principal base política.

Em virtude da morte do senador, foi decretado luto oficial de três dias no Estado do Mato Grosso do Sul, na capital e também em Três Lagoas, que tem como prefeita a filha do parlamentar, Simone Tebet. Ramez Tebet deixa a esposa Fairte Nassar Tebet e os filhos Simone, Eduarda, Rodrigo e Rames (esses dois últimos, gêmeos).

Doença

O senador entrou em coma nesta sexta-feira (17), de madrugada, quando começou a ter dificuldades respiratórias. Há uma semana, Tebet deixou o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde havia se internado com uma infecção respiratória, voltando para sua casa, em Jardim dos Estados, em Campo Grande. Sua filha Simone disse na ocasião que o organismo do senador sofrera reação a uma nova droga utilizada nas sessões de quimioterapia. Ele foi internado na expectativa de que o sistema imunológico se recuperasse, o que não aconteceu.

No último dia 7 de novembro, Ramez Tebet completou 70 anos. Lutou arduamente para combater a doença, iniciada em 1982, quando teve diagnosticado um câncer no fígado. Chegou ao Senado em 1994 e, em 2000, destacou-se como presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou o Poder Judiciário e cassou o mandato do então senador Luiz Estevão.

De 2001 a 2003, Tebet ocupou a presidência da Casa, no auge crise política que resultou na renúncia dos senadores Antonio Carlos Magalhães, Jader Barbalho e José Roberto Arruda. Logo depois de deixar a presidência do Senado, o câncer apresentou recidiva, o que o levou a uma cirurgia para a retirada de um rim.

No ano passado, Tebet foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Albert Einstein, apresentando uma crise pulmonar aguda. Mal saiu da crise, voltou ao Senado, ocupando seu posto como integrante das Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Assuntos Econômicos. Seus últimos discursos na Casa foram pronunciados em outubro passado: um voto de louvor ao economista Muhammad Yunus, fundador do Banco Grameen, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz; e uma saudação ao presidente da empresa Metalfrio, fabricante de produtos para refrigeração, que inaugurou a segunda unidade fabril da companhia em Três Lagoas (MS).

Formado em Direito pela Universidade de Direito do Rio de Janeiro, Tebet nunca perdeu o estilo do advogado eloqüente, que enfatizava seus argumentos imprimindo um tom exasperado à voz. Foi promotor público de Três Lagoas (MS) e prefeito desta cidade, assumindo, em 1986, o governo de Mato Grosso do Sul. Um ano depois, foi empossado na Superintendência do Desenvolvimento da Região Centro-Oeste (Sudeco), onde ficou até 1989.

Foi também secretário de Justiça e relator da primeira Constituição de Mato Grosso do Sul. De junho a setembro de 2001, foi ministro da Integração Nacional, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Seu mandato se encerraria em 31 de janeiro de 2011. Seu primeiro suplente é Valter Pereira de Oliveira. E o segundo é: Eduardo Otávio Teixeira Marcondes.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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