PV, PPS e PSOL vão tentar prorrogar trabalhos até meados de janeiro

Da Redação | 14/11/2006, 17h18

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPI) dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), apresentou à Mesa da Câmara uma questão de ordem - extensiva ao Senado - indagando sobre a possibilidade de a comissão funcionar durante o recesso parlamentar de janeiro. Caso a resposta seja afirmativa, o PPS, juntamente com o PV e o PSOL, vai requerer a prorrogação por 30 dias dos trabalhos da CPI, que tem previsão para ser encerrada no dia 13 de dezembro.

- Queremos evitar que a opinião pública se frustre com a falta de conclusão sobre a participação de membros do Poder Executivo nas fraudes com ambulâncias e o escândalo do dossiê - explicou o deputado, durante entrevista coletiva nesta terça-feira (14).

A justificativa dele foi reforçada pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) e pela senadora Heloísa Helena (PSOL-AL).

- É fundamental a prorrogação, a fim de que todos os maus elementos sejam punidos e essas fraudes não voltem a acontecer, seja no Legislativo, seja no Executivo - afirmou Heloísa.

De acordo com Jungmann, a CPI foi levada a um "estado de coma induzido" pela falta de interesse dos integrantes da bancada governista e do restante da oposição em manter os trabalhos da comissão, que estaria quase inoperante. Nesta terça, por exemplo, teve de ser cancelada reunião administrativa - marcada para a votação de requerimentos como os de convocação do empresário Abel Pereira e do ex-coordenador de campanha do senadorAloízio Mercadante (PT) ao governo de SP, Hamilton Lacerda - em razão da ausência do presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), e da falta de quórum.

- Não aceitaremos nenhum tipo de "acordão" ou "operação abafa" - advertiu o vice-presidente da CPI.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (14), o presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que dará "tratamento regimental a esse assunto", referindo-se à prorrogação dos trabalhos da CPI.

Jungmann avisou ainda que pode impetrar mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a comissão receba cópia de todos os documentos sobre o caso dos sanguessugas e o escândalo do dossiê em poder da Justiça e da Polícia Federal. Gabeira esteve em Cuiabá, onde corre o processo contra os sanguessugas, com a deputada Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), e obteve cópias de mais alguns documentos, mas não encontrou neles nenhuma grande novidade.

A reunião administrativa foi remarcada para a próxima terça-feira (21), a partir das 10h, quando também serão ouvidos três dos envolvidos no caso do dossiê: Valdebran Padilha, Jorge Lorenzetti e Gedimar Passos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)