Iris quer prioridade para a educação

Da Redação | 22/08/2006, 15h35

A senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) defendeu nesta terça-feira (22) que a educação de qualidade seja uma prioridade nacional. Ela disse que a juventude continua em segundo plano para o governo federal e citou o documento lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), intitulado "Brasil: o estado de uma nação", que aponta o baixo nível educacional da força de trabalho brasileira como um dos fatores limitadores do crescimento econômico.

- É preciso reconhecer que, durante as últimas décadas, existiram alguns avanços no processo educacional brasileiro, mas, com certeza, não foram, nem de longe, suficientes para atender às demandas de uma nação que tem tudo para se transformar em potência, mas insiste em limitar as suas possibilidades, ao se negar a fazer a aposta decisiva na educação. A qualidade é péssima - afirmou a senadora.

Iris observou que o estudo do IPEA ressalta as dificuldades dos trabalhadores brasileiros para realizar tarefas complexas e tomar decisões que exigem análise sofisticada. Ela disse que o coordenador do trabalho, o economista Paulo Tafner, explicou que a qualidade precária do ensino se dá por motivos didáticos como o atraso da educação e falta de treinamento e motivação dos professores. A senadora frisou que os professores merecem um plano de carreira definido e salários diferenciados de acordo com a produção.

- O IPEA qualifica ainda como "lastimável" a educação básica no Brasil, ao compará-la com outros países. Apesar do aumento do número de vagas, os pesquisadores constatam que não há estímulo para a permanênciado aluno na escola. Embora o ensino fundamental tenha se universalizado, somente 84% concluem a quarta série e 57% terminam o ensino fundamental - acrescentou.

O senador Marcos Guerra (PSDB-ES) lembrou que, dos 33 milhões de estudantes brasileiros, somente 8% cumprem horário integral com complementação de cursos extra-escola. De acordo com ele, os outros estudantes "cumprem jornadas escolares de apenas 4 horas diárias". A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) disse que o destino de uma criança depende do que ela tem nas mãos, cadernos ou drogas e armas. Para ela, "o estado brasileiro tem que adotar as crianças antes que a prostituição e o narcotráfico o façam".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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