Representante do Legislativo japonês visita o Senado

Da Redação | 21/08/2006, 12h34

A presidenta da Câmara dos Conselheiros do Japão, Chikage Oogi, será recebida, nesta terça-feira (22), pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, para um diálogo destinado a fortalecer a amizade que une os dois países. A visita acontece dois meses depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter assinado decreto adotando o padrão japonês de tecnologia digital para a televisão brasileira.

Órgão legislativo equivalente ao Senado brasileiro, a Câmara dos Conselheiros é uma das duas assembléias que integram o Legislativo japonês, a chamada Dieta. Assim como o Senado brasileiro representa a federação, essa câmara representa as províncias daquele país, portanto o Japão como um todo. Nesse encontro, Renan e Chikage Oogi devem reafirmar a comunhão de valores e propósitos que liga os dois países.

O Japão é o mais tradicional parceiro brasileiro na Ásia, e o Brasil o mais tradicional parceiro do Japão na América Latina. Hoje, vivem no Japão mais de 300 mil brasileiros, que constituem a terceira maior comunidade brasileira no exterior. Por sua vez, a comunidade japonesa no Brasil, em sua quinta geração, soma mais de 1,5 milhão de pessoas.

A visita acontece no momento em que são promissoras as relações econômicas entre os dois países. De 1999 a 2005, os investimentos diretos de origem japonesa no Brasil chegaram a US$ 8,8 bilhões. Em 2005, o Japão foi o 10º investidor direto no Brasil, participando com US$ 779 milhões dos investimentos feitos aqui.

O padrão japonês de TV digital, escolhido pelo governo Lula, será implantado no Brasil ao longo dos próximos sete anos e sua execução contará com financiamento de banco japonês. Nesse mesmo período, o Brasil trabalhará em conjunto com empresários daquele país para modernizar a indústria eletrônica nacional.

Essa confiança na tecnologia japonesa está presente também no potencial crescimento daquele mercado consumidor para o álcool combustível produzido pelo Brasil. O Japão autorizou a adição de até 3% de álcool à gasolina vendida no país, a fim de reduzir a emissão de gases poluentes. O Brasil espera agora que o Japão aumente sua produção de automóveis biocombustíveis, que já são montados no Brasil por empresas japonesas como a Toyota e a Honda.

Mas não é apenas na economia que se intensificam as relações entre os dois países. Brasil e Japão mantêm entendimentos em diversas áreas, como em relação ao Protocolo de Kyoto, que prevê a redução da emissão de dióxido de carbono e é o mais significativo documento global firmado com o propósito de proteger o mundo contra os perigos das mudanças climáticas.

Outra expectativa brasileira com esse parceiro asiático diz respeito à posição do Japão em favor da negociação de acordo bilateral na área previdenciária que leve em conta o tempo de contribuição de imigrantes japoneses e brasileiros em cada um desses países, para efeito de recebimento de benefícios de aposentadoria.

Além de acontecer em um momento promissor para os dois países, a visita de Chikage Oogi ocorre no clima já propiciado pela proximidade, em 2008, das festividades do centenário da imigração japonesa no Brasil. Na oportunidade, será celebrado o "Ano do Intercâmbio Brasil-Japão". O acontecimento é tão importante que o governo brasileiro espera receber membros da Família Real japonesa nessas festividades.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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