Ex-sócio de Cachoeira nega envolvimento com máfia das loterias

Da Redação | 07/02/2006, 00h00

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos nesta terça-feira (7), o empresário da área de tecnologia da informação Messias Antônio Ribeiro Neto negou participação em esquemas criminosos para exploração de loterias estaduais. Ele foi sócio em 1995 de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira (um dos pivôs do escândalo Waldomiro Diniz) na empresa Gerplan, que administrava a loteria do estado de Goiás.

Messias explicou aos senadores que seu papel era meramente "operacional e técnico", restringindo-se à implantação do sistema de informática.

- Eu fui um psedo-sócio, porque não cheguei a ser sócio de direito - disse o empresário.

Ele também negou que já tenha explorado jogo do bicho ou caça-níquel. Disse que nunca conheceu o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz, flagrado em gravação de vídeo, divulgada em 2004, pedindo propina a Carlinhos Cachoeira. Disse que deixou o ramo de loterias depois de um atentado a tiros contra sua casa, em Goiânia, em 1999. Messias interpretou o atentado como um recado dos bicheiros e se mudou para Brasília.

Os senadores desejavam obter do depoente informações sobre as relações entre Cachoeira e Diniz, mas Messias recusou-se a se pronunciar sobre o assunto, com o argumento de que não teria com que contribuir, já que, segundo ele, não mantém contato com o ex-sócio desde 2002.

Messias também afirmou ter estado com o empresário Alejandro Ortiz, dono da Bingomatic e supostamente ligado à máfia espanhola,uma única vez e negou ter influenciado as licitações da Loteria do Rio de Janeiro (Loterj) que em o ex-presidente Waldomiro Diniz teria favorecido Cachoeira em 2001 e 2002.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)