Agripino diz que, apesar da oposição da família, nunca foi contra JK

Da Redação | 31/01/2006, 00h00

Dirigindo seu pronunciamento à neta do ex-presidente Juscelino Kubitschek, Ana Cristina Kubitschek, esposa do senador Paulo Octávio (PFL-DF), o senador José Agripino (PFL-RN) confessou que durante sua infância e juventude viveu em um ambiente de oposição a JK. Seu pai, Tarcísio Maia, e seu tio, João Agripino, militavam na UDN e faziam oposição ao presidente JK. O senador disse que, apesar disso, nunca assumiu uma postura anti-Juscelino.

Agripino disse que os fatos nunca permitiram que ele se deixasse contaminar pelo "vírus do anti-juscelinismo".

- Em política não se deve nunca acreditar no que dizem, mas no que se vê. Quando eu era rapaz, estudando no Rio de Janeiro para ingressar na universidade, gastava uma semana de carro na viagem para passar as férias em Natal. Mais ou menos um ano após JK assumir, com o asfaltamento da Rio-Bahia, a duração do percurso diminuiu para três dias - testemunhou.

Além de ter sentido na prática as melhorias promovidas pelo então presidente nas estradas brasileiras, José Agripino disse que viu a industrialização chegar à capital potiguar graças a uma decisão de JK: a criação da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O senador disse ainda que o primeiro carro que teve, um "fusca", foi fabricado em território brasileiro a partir da iniciativa de JK de inaugurar a indústria automobilística nacional.

José Agripino também elogiou a postura democrática sempre assumida pelo ex-presidente. Ele registrou que mesmo sem nunca contar com maioria folgada no Congresso, Juscelino sempre conseguiu aprovar seus projetos "sem precisar comprar ninguém". A explicação, segundo o parlamentar, é que JK tinha talento, era competente, habilidoso e acima de tudo respeitava as instituições.

- Foram estes fatos que me fizeram juscelinista, apesar de eu ter sido um udenista ferrenho. Os fatos mostraram que ele era um homem que merecia o respeito do povo do Brasil. Nunca apertei sua mão, nunca o vi, a não ser por imagens que a imprensa registrou e através de filmes. Mesmo assim estou aqui para homenageá-lo - como amigo dos seus amigos - como estadista e, sobretudo, como democrata - disse Agripino.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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