Renan e Sarney conversam com Lula sobre verticalização e salário mínimo

Da Redação | 25/01/2006, 00h00

O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse,após almoço nesta quarta-feira (25) com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o senador José Sarney (PMDB-AP), que o presidente revelou não ter nada contra o fim da verticalização das coligações partidárias nas eleições. Este, segundo Renan, foi o tema principal da conversa e o presidente teria dito que entende como natural o fim da verticalização.

Renan disse ter entendido a manifestação do presidente como um reforço para o Congresso, "se for o caso, mais tarde, acabar com essa camisa de força".

Renan disse ainda que Lula tem a preocupação de que o fim da verticalização não signifique "um estupro do PT, ou uma decisão de todos os outros partidos contra o PT' e que, por isso, queria conversar.

Na avaliação de Renan, o PMDB talvez seja o partido mais unido no que diz respeito à derrubada da verticalização. Ele disse ter conversado com diversos setores do partido e constatado que são poucas as dissensões.

- Eu defendo a verticalização como princípio, mas não acho que deva ser o pressuposto da reforma política e sim a conseqüência. Uma coisa é verticalizar quatro ou cinco partidos. Outra coisa é verticalizar trinta partidos. Seria verticalizar o caos - afirmou.

Segundo Renan, Lula não fez comentários sobre as prévias do PMDB para a escolha do candidato do partido à Presidência da República, marcadas para o dia 19 de março, pois sabe que a candidatura própria é um fator de unidade para o partido, "algo que deve ser defendido".

Renan disse que, aproveitando a oportunidade, o presidente Lula também tratou do salário mínimo, pedindo o apoio de Renan e de Sarney para que o novo valor de R$ 350 fosse aprovado pelo Congresso Nacional.

O presidente do Senado disse ter defendido a adoção de uma política permanente de reajuste do mínimo, lembrando que o Congresso criou uma comissão mista especial para tratar disso. Ele disse ter defendido, ainda, a desoneração de impostos dos produtos da cesta básica e dos serviços de água, esgoto e energia para as camadas mais pobres da população.

Segundo Renan, Lula está muito otimista e apresentou projeções que mostram a evolução do mínimo ao longo dos últimos anos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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