Palocci se justifica e consegue depor só no ano que vem

Da Redação | 13/12/2005, 00h00

Por unanimidade, os senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos acataram nesta terça-feira (13) decisão do presidente do colegiado, senador Efraim Morais (PFL-PB), de adiar a data do depoimento do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para o início do ano que vem. Depois de mais de uma hora e meia de discussões sobre o requerimento de convocação do ministro, Efraim resolveu não realizar a votação da matéria e marcar para a primeira semana após a retomada dos trabalhos parlamentares a nova data do depoimento de Palocci.

Efraim novamente, "em mais uma deferência da comissão para com o ministro", marcou o depoimento para janeiro ou fevereiro de 2006, assim que os trabalhos parlamentares forem reiniciados. A data exata ainda não foi definida, pois a decisão sobre o funcionamento do Congresso durante o recesso parlamentar ainda não havia sido tomada até o final da tarde desta terça

- O ministro está convidado e/ou convocado para comparecer na primeira semana da retomada dos trabalhos. Se o ministro entender que não deve receber mais esta deferência da CPI, será de uma vez por todas convocado. Foi uma decisão pensada, discutida, submetida à votação e aprovada por unanimidade - resumiu Efraim.

O ministro da Fazenda recebeu esta nova chance da CPI em virtude de correspondência enviada ao presidente da comissão na manhã desta terça. Na carta, Palocci pede a compreensão dos senadores pela ausência e explica que anda muito ocupado com viagens a trabalho.

Palocci lembra que já compareceu por três oportunidades ao Congresso Nacional neste ano: na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, na Comissão Especial do Fundeb e na Comissão de Finanças e Tributação, ambas na Câmara dos Deputados. Entretanto, em trecho no final da correspondência (lida duas vezes por Efraim), o ministro coloca-se mais uma vez à disposição para prestar esclarecimentos ao Congresso e delega aos senadores a tarefa de marcar a data do depoimento.

"No que se refere à CPI dos Bingos, pertence à esfera de avaliação e decisão dos senadores que a integram a necessidade de meu comparecimento. Penso que os membros da comissão estarão em melhores condições para, oportunamente, deliberar e decidir sobre minha eventual presença", diz o ministro na carta, lida por Efraim.

O senador José Jorge (PFL-PE), líder da minoria no Senado, aproveitou para enumerar alguns assuntos que o ministro terá que explicar em seu depoimento à CPI dos Bingos. Entre esses pontos, a relação do ministro com Rogério Buratti, Vladimir Poleto e Ralf Barquete, seus ex-assessores, e a suposta doação de dólares cubanos para campanhas eleitorais petistas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)