Maurício Marinho admite ter recebido propina

Da Redação | 29/09/2005, 00h00

O pivô da atual crise política brasileira, Maurício Marinho, ex-chefe do departamento  de contratação e administração de material da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos que foi flagrado recebendo propina, voltou a depor nesta quinta-feira (29) na CPI dos Correios, numa reunião secreta.

De acordo com o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), Marinho teria admitido o recebimento de propina de várias empresas enquanto trabalhava nos Correios. Ele também teria confirmado que as conversas com o genro do ex-deputado Roberto Jefferson, Marcos Vinícius Vasconcelos Ferreira, o empresário Arthur Washek Neto e o ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI), José Fortuna, sempre giravam em torno de vantagens financeiras.

Serraglio ainda revelou que Marinho teria insinuado que a corrupção na estatal continua, já que, segundo o ex-funcionário dos Correios, a atual direção pertence ao mesmo grupo que foi afastado.

Na saída da reunião da CPI o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), assegurou que não permitirá manobras para atrasar as investigações. Na manhã desta quinta-feira vários requerimentos deixaram de ser aprovados devido à falta de quórum. Ele assegurou que só encerrará as atividades de investigação quando as quatro sub-relatorias concluírem seus trabalhos. A comissão tem as seguintes sub-relatorias, que investigam os  Fundos de Pensão, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), as Fontes Financeiras e os Contratos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)