Heloísa Helena anuncia registro definitivo do PSOL

Da Redação | 19/09/2005, 00h00

Emocionada, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) anunciou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) homologou o registro definitivo do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). O pedido de criação da legenda recebeu o apoio de 820 mil eleitores de dez estados, quando o mínimo exigido era de 427 mil. O PSOL tem dois senadores - Heloísa Helena e Geraldo Mesquita Júnior (AC) - e é o 29º partido a obter registro nacional.

Com o registro definitivo, o partido poderá participar das eleições e da propaganda eleitoral gratuita, além de receber recursos do fundo partidário. A senadora e outros três deputados, expulsos do PT, em 2003, por discordar dos rumos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, vinham lutando deste então para obter essa homologação.

- Quero dizer que o PSOL não é o dono da verdade absoluta. Não é um partido nanico que usará seus votos no Congresso como moeda de troca, nem venderá sua alma para os donos do poder. É um partido que lutará a serviço dos trabalhadores - afirmou.

A senadora afirmou que o trabalho de registro "foi árduo". Revelou que, em alguns estados, os cartórios demoraram até cinco meses para liberar documentos, quando a lei prevê prazo de 15 dias. Elogiou, no entanto, o TSE por sua "firmeza e rigor" e por "não fazer nenhuma patifaria" política no processo de registro.

- Vocês sabem como é: quem não quer, encontra um punhado de detalhes burocráticos para impedir que um processo vá à frente - comentou.

Em apartes, ela foi cumprimentada por oito senadores, inclusive Ney Suassuna (PMDB-PB), que se definiu como adversário da senadora. "Tem dia que tenho vontade de esganar Vossa Excelência aqui no Plenário. Mas Vossa Excelência também diz que tem vontade de expropriar todos os meus bens. Somos adversários que se respeitam", brincou Suassuna.

Heloísa Helena chorou quando o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que o novo partido conseguiu apoio popular num dos momentos de "menor credibilidade dos políticos" e relembrou o episódio de sua expulsão do PT, depois que ela votou contra a reforma da Previdência. "Acho que o drama do PT no governo começou quando Vossa Excelência começou a dizer que o partido estava fazendo o oposto de tudo que prometera em 25 anos", disse Simon.

A senadora por Alagoas também foi aplaudida em apartes pelos senadores Amir Lando (PMDB-RO), Efraim Morais (PFL-PB), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Geraldo Mesquita Júnior (PSOL-AC), Papaleo Paes (PSDB-AP), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Mão Santa (PMDB-PI).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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