Revelação de Valdemar Costa Neto levanta suspeitas sobre origem do dinheiro que financiou campanha de Lula

Da Redação | 23/08/2005, 00h00

A revelação feita pelo presidente do PL, ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Mensalão, de que gastou os recursos recebidos do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza na campanha que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, levantou a suspeita de que dinheiro que passou por empresa cujas proprietárias já lavaram dinheiro de narcotráfico pode ter financiado o então candidato. A hipótese foi levantada pelo deputado federal Moroni Torgan (PFL-CE).

- As controladoras da Guaranhuns Empreendimentos já foram, segundo denúncias veiculadas na imprensa, donas de outras empresas de factoring ou de offshores que fizeram lavagem para o narcotráfico. Pode ser que uma empresa cujas donas já operaram com o narcotráfico tenha pago contas do segundo turno do presidente Lula. Isso é uma coisa que assusta - afirmou Moroni Torgan.

Na avaliação do deputado pelo Ceará, quando a CPI analisar a contabilidade da SMP&B vai poder averiguar se a empresa fez repasses para a Guaranhuns. Se esse dinheiro não existir, analisou Moroni Torgan, pode ser um sinal de que os recursos destinados à Valdemar Costa Neto que teriam custeado parte da campanha de segundo turno de Lula em São Paulo e cidades vizinhas podem sua origem no exterior.

Durante seu depoimento, Valdemar Costa Neto contou detalhes de uma suposta tentativa arquitetada pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RS) de abafar o escândalo que ficou conhecido como "mensalão" e evitar a cassação de deputados. Ele declarou que foi procurado pelo deputado Sandro Mabel (PL-GO), que teria levado o pedido de Jefferson para que fosse retirado da Comissão de Ética da Câmara a representação contra ele apresentada pelo PL.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)