Simon enaltece memória de Miguel Arraes

Da Redação | 17/08/2005, 00h00

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) homenageou nesta quarta-feira (17) a memória do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, falecido no último sábado (13), aos 88 anos. O senador relembrou momentos da vida política do ex-governador e de episódios da sua convivência ele no antigo MDB.

- Assim como Tancredo, Teotônio Vilela, Mário Covas, Franco Montoro e Ulysses, Arraes não deixou sucessores. Arraes, você gostava dos pobres, dos humildes, e não defendia a luta armada. Defendia que os mais pobres pudessem subir alguns degraus na vida e lutou por isso a vida inteira - disse Simon.

O senador classificou Arraes como "o mais autêntico representante do Nordeste" e disse que ele era dedicado às classes trabalhadoras e às pessoas mais humildes. Simon lembrou que, embora resistisse às classes dominantes, o ex-governador negociava com elas, e chegou, em certa ocasião, a conquistar garantias para os trabalhadores rurais negociando com os plantadores de cana.

Simon garantiu que Arraes poderia ter sido candidato a presidente da República, se quisesse. Disse também que, enquanto o ex-governador esteve no MDB (depois Miguel Arraes iria para o PSB, onde ficou até a morte), nada se fazia no partido sem antes consultá-lo.

Vários senadores apartearam Pedro Simon e elogiaram seu discurso. Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que Simon também é um dos grandes homens da geração que ajudou o Brasil a reencontrar a democracia. Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que a família de Miguel Arraes e o povo de Pernambuco devem agradecer ao senador gaúcho pelo seu testemunho. José Maranhão (PMDB-PB) apontou Simon como "parte viva da história política do Brasil". Wellington Salgado (PMDB-MG) disse que o parlamentar do Rio Grande do Sul, ao contar a história de grandes homens, mostram aos homens públicos brasileiros para onde seguir.

Eduardo Azeredo (PSDB-MG) enalteceu a coerência e o caráter de Arraes e disse que ele o tratava de forma paternal. Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse que admirava o ex-governador, apesar de ele ser adversário político de sua família, que era ligada à UDN. Garibaldi Alves (PMDB-RN) recordou que teve o privilégio de governar o seu estado no mesmo período que Arraes - que era "um mito" de sua juventude - foi governador de Pernambuco. Heráclito Fortes (PFL-PI) disse que era enriquecedor discutir política com homens como Arraes e Ulysses Guimarães. Mão Santa (PMDB-PI) confessou que o único furto que vez em sua vida pública foi ter retirado, numa biblioteca, o livro Mistificação das Massas, de Serge Tchakotine, traduzido por Arraes. O senador prometeu que, assim que encontrar um exemplar novo do livro, irá devolvê-lo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: