Eleitos presidente e vice da Subcomissão da Amazônia

Da Redação | 17/08/2005, 00h00

Os integrantes da Subcomissão Permanente da Amazônia elegeram nesta quarta-feira (17) como presidente e vice-presidente os senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO), para o biênio 2005-2006. O senador Romeu Tuma (PFL-SP) foi indicado para ser o relator da subcomissão, que funciona no âmbito da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Mozarildo Cavalcanti disse que assumir a presidência da Subcomissão é um "desafio do tamanho da Amazônia" e que a prioridade de sua gestão é inserir a Amazônia na agenda nacional, pois a região representa 60% do território nacional. Na opinião do presidente eleito, a região amazônica é vista como um problema para o Brasil, devido às queimadas, devastação e garimpo ilegal, e não como um elemento de solução para os problemas brasileiros. Para ele, esta imagem precisa mudar.

- Temos um conjunto de riquezas - biodiversidade, minerais, madeira. Temos condições de discutir de forma racional e apresentarmos soluções para a Amazônia - observou Mozarildo.

O senador informou que uma das primeiras tarefas da Subcomissão é ouvir os órgãos federais responsáveis pela Amazônia, como a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (Ada) e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), e os governadores da região. Mozarildo disse que nomes internacionais, como o do sociólogo francês Pascal Lamy - que sugeriu gestão da Amazônia compartilhada internacionalmente - poderão ser convidados a participar de audiências.

O ex-presidente da CRE, senador Jefferson Péres (PDT-AM), salientou que o Brasil possui problemas na fronteira com países vizinhos, o que requer uma subcomissão destinada especificamente para a Amazônia.

Na opinião do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), as desigualdades brasileiras continuam porque não há um projeto de políticas econômicas e sociais para a região amazônica. Para ele, a visão de que a Amazônia é uma "reserva para os séculos futuros" é um equívoco e propicia a continuidade dos tradicionais problemas da região.

O presidente da CRE, senador Cristovam Buarque (PT-DF), afirmou que a região amazônica "toca no imaginário do povo brasileiro" e pode ser um instrumento que desperte a juventude - como ocorreu com o petróleo - para a possibilidade de utilização da região. O senador disse ainda que Pascal Lamy - em resposta à correspondência enviada por Cristovam - afirmou que jamais pensou em intervenção na Amazônia, conforme divulgado, e, segundo Cristovam, Lamy tem preocupação com a região.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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