Anunciada exoneração do diretor-geral da Abin

Da Redação | 13/07/2005, 00h00

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios, senador Delcidio Amaral (PT-MS), anunciou, na noite desta quarta-feira (13) durante reunião da comissão, que recebeu um telefonema do presidente do Senado, senador Renan Calheiros, informando que o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Mauro Marcelo de Lima e Silva, pediu exoneração de seu cargo.

O diretor da agência seria o autor de mensagem que circulou entre os servidores da Abin em que a CPI foi chamada de "picadeiro" e seus integrantes foram classificados de "bestas-feras". O fato, levado à CPI, pelo deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), durante reunião realizada na manhã desta quarta-feira, provocou indignação nos integrantes da comissão.

A repercussão foi tão negativa que o colegiado aprovou requerimento para convocar, além do próprio Mauro Marcelo, o ministro de Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Armando Felix, para esclarecer o fato. A CPI também aprovou requerimento, autorizando o envio de representação ao Ministério Público da União (MPU) para investigar os outros trechos da nota da Abin, segundo a qual a agência teria tentado evitar até a ultima hora o depoimento de Edgar Lange na comissão.

Durante todo o dia, vários senadores repudiaram o conteúdo da mensagem. Renan chegou a chamar o diretor da agência de "destrambelhado", informando que não aceitará afrontas à CPI e ao Congresso. Os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Jorge (PFL-PE), em Plenário, e o senador Pedro Simon (PMDB-RS), na reunião da CPI, também demonstraram indignação e clamaram por providências.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)