Azeredo sustenta que Lula está divulgando números errados sobre emprego

Da Redação | 13/07/2005, 00h00

O senador Eduardo Azeredo (PDB-MG) acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de divulgar números "errados e fantasiosos" sobre a criação de empregos no país. Ele leu trecho de discurso do presidente, feito nesta semana, onde sustentou que seu governo tem criado 11 vezes mais emprego que o governo passado. Lula, conforme o senador, informou que a média do governo passado teria sido de 8 mil empregos por mês, enquanto agora chega a 91 mil.

Azeredo informou que, usando estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período 1994-2002 foram criados 11,6 milhões de empregos, formais e informais, o que dá uma média mensal superior a 120 mil novas ocupações. Se considerados os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), tirados do Ministério do Trabalho, o número de empregos com carteira assinada no mesmo período foi de 5,6 milhões, o que dá uma média de 58 mil por mês.

- Ninguém sabe onde o presidente Lula tirou os dados que ele apresentou. Mas de uma coisa temos certeza:não foi das estatísticas oficiais. A realidade é muito diferente do cenário fantasioso apresentado pelo presidente - afirmou.

Azeredo lamentou que o governo use a comparação em sua propaganda e que as pessoas que não têm acesso a informações passem a aceitar "a versão fantasiosa".

O senador acusou também o Ministério do Trabalho de ignorar mudanças metodológicas feitas no levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do próprio ministério. Assim, o ministério compara os dados antigos com aqueles obtidos pela nova metodologia, a qual aponta até o dobro de empregos. Para ele, fazer as duas comparações demonstra "falta de escrúpulos". A atitude do governo, continuou, pode ser considerada "uma manipulação".

No mesmo discurso, Eduardo Azeredo considerou alvissareira a notícia de que a Companhia Vale do Rio Doce pretende investir na siderurgia, no caso participando a expansão da Usiminas. Ele lamentou que o governo tenha abandonado o projeto da ferrovia que ligaria Pirapora a Unaí, observando que a região noroeste de Minas vem se transformando em grande produtora de grãos, os quais têm de ser escoados por um meio de transporte barato.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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