Delcidio garante que CPI funciona "a plena carga" durante recesso

Da Redação | 01/07/2005, 00h00

A comissão parlamentar mista de inquérito que investiga denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) vai funcionar "a plena carga" durante todo o mês de julho, época de recesso no Congresso Nacional. Foi o que garantiu seu presidente, senador Delcidio Amaral (PT-MS), em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta sexta-feira (1º).

Delcidio informou que a agenda da comissão para as duas primeiras semanas de julho já está definida. Na terça-feira (5), serão ouvidos os "arapongas" Jairo Martins, José Fortuna Neves, Edgar Lange e Casser Bittar, envolvidos na gravação da fita que mostra o ex-chefe de departamento dos Correios, Maurício Marinho, recebendo suposta propina de R$ 3 mil, origem das investigações e; na quarta-feira (6), será a vez do publicitário Marcos Valério e da ex-secretária dele, Fernanda Karina Sommaggio. Na semana seguinte serão ouvidos ex-diretores e ex-presidentes dos Correios e o presidente da empresa Skymaster. O senador explicou que os depoimentos serão tomados preferencialmente às terças e quartas-feiras enquanto a comissão trabalhará às quintas e sextas-feiras  na análise de documentos e dos depoimentos da semana.

Para Delcidio, um grande avanço nas investigações será obtido com as informações sobre os contratos dos Correios solicitadas pela comissão, que já começaram a chegar ao Congresso. O senador disse também que a agenda de trabalhos da CPI dos Correios para as duas últimas semanas de julho será definida e ajustada nas próximas semanas. Sobre Marcos Valério, o senador Delcidio Amaral disse acreditar que o publicitário já é uma figura importante nas investigações. Valério já prestou depoimento na Polícia Federal e no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

O presidente da CPI dos Correios afirmou que o depoimento do deputado Roberto Jefferson trouxe muitas informações para se esclarecer o que realmente ocorreu na ECT.

- O que ficou muito claro é que existe uma rede de "arapongagem" que já opera no Brasil há muito tempo, e não só focada em interesses comerciais dos Correios, mas numa malha muito maior de interesses. Ontem [quarta-feira (30)] ele deixou muito claro que há uma motivação política e vamos investigar isso também - afirmou Delcidio sobre as declarações de Jefferson.

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)