Confusão marca início dos trabalhos da comissão nesta semana

Da Redação | 28/06/2005, 00h00

O primeiro dia de trabalho desta semana na comissão parlamentar mista de inquérito que investiga denúncias de corrupção nos Correios - a CPI dos Correios - começou com confusão e gritaria por parte de parlamentares tanto da oposição quanto do governo. Antes do primeiro depoimento desta terça-feira (28), os parlamentares questionaram o calendário dos trabalhos da CPI, que teria sido definido pelo presidente da comissão, senador Delcidio Amaral (PT-MS), à revelia dos demais membros.

Antes do início do depoimento do advogado Joel Santos Filho, que se apresentava como Goldman nas gravações em que o ex-chefe de departamento dos Correios Maurício Marinho foi flagrado recebendo propina, Delcidio Amaral modificou o calendário: cancelou um depoimento, determinou a votação de requerimentos para esta quarta-feira (29) e elaborou agenda de trabalho para as duas primeiras semanas de julho.

Delcidio havia marcado o depoimento do genro do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Marcus Vinícius Vasconcelos Ferreira, para as 9h desta quinta-feira (30), mesmo dia em que o deputado - apontado por Marinho como coordenador do esquema de cobrança de propinas em estatais - prestaria esclarecimentos à comissão. O presidente da CPI fez isso sem discussão prévia com os integrantes da comissão. Depois do conflito, o presidente cancelou o depoimento de Marcus Vinícius e transferiu o de Roberto Jefferson, previsto inicialmente para as 15h, para as 9h. Pediu, entretanto, que o restante do calendário definido anteriormente fosse mantido

- Mesmo com a oitiva prejudicada pela ausência de documentos, faço um apelo para que ouçamos os diretores dos Correios na quarta-feira - afirmou Delcidio, informando ainda que a comissão aguarda o recebimento de 600 contratos firmados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).

O presidente da CPI propôs ainda que a votação dos outros requerimentos apresentados à CPI e a agenda para as duas primeiras semanas de julho sejam definidas também nesta quarta-feira. Uma questão de ordem deve ser apresentada ao presidente do Senado, Renan Calheiros, para que ele delibere sobre o funcionamento da comissão em julho, já que o Regimento Interno do Senado é omisso. Apenas o regimento da Câmara é explícito ao permitir o funcionamento das CPIs durante o recesso parlamentar.   

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)