Quem é quem

Da Redação | 24/06/2005, 00h00

Os convocados para a CPI dos Correios

Maurício Marinho - Personagem principal das gravações que deram origem à CPI. O ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo foi flagrado recebendo R$ 3 mil, a título de propina, de falsos empresários, que fingiram estar interessados em participar de licitações da empresa. Primeira pessoa a depor na CPI, pode voltar a ser convocado para prestar esclarecimentos aos membros da comissão.

Roberto Jefferson - Deputado federal pelo PTB do Rio de Janeiro, Roberto Jefferson é também ex-presidente daquele partido. Ele foi citado por Maurício Marinho na gravação como chefe do esquema de corrupção nos Correios. Mais tarde, Marinho disse que parte de suas declarações foram "bravatas". Sob suspeita, Jefferson passou a acusador, revelando a existência do "mensalão" na Câmara - um suposto esquema de mesadas que seria pago a deputados do PP e do PL em troca de apoio a projetos do Executivo. Por iniciativa do PL, Roberto Jefferson responde a processo disciplinar no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar na Câmara, onde já depôs. Seu depoimento CPI está marcado para a quarta-feira (29).

Outros convocados:

Roberto Garcia Salmeron - Ex-presidente da Eletronorte, ex-diretor de Administração da Eletrobrás e ex-vice-presidente dos Correios, Salmeron foi indicado por Jefferson para a presidência da Eletronorte e apontado por Marinho como integrante do esquema de corrupção em estatais. Teria assistido à gravação de Marinho juntamente com Roberto Jefferson e o ex-diretor de Administração dos Correios Antônio Osório um dia antes da divulgação na imprensa.

Marcus Vinícius Vasconcelos Ferreira - Genro de Roberto Jefferson e assessor do diretor da Eletronuclear Luiz Rondon Teixeira de Magalhães, indicado pelo deputado. É sócio de empresa que também negociava contratos com os Correios. Foi apontado por Marinho como intermediário da Canon em licitação para fornecimento de máquinas fotocopiadoras.

Marcos Valério Fernandes de Souza* - Publicitário acusado pelo deputado Roberto Jefferson de transportar o dinheiro que seria distribuído pelo PT para ajudar nas campanhas de partidos aliados e de ser o responsável por movimentar o dinheiro para pagamento do "mensalão" a deputados do PL e do PP. A empresa de Valério, a SMP&B, é responsável pela publicidade dos Correios.

Fernanda Karina Somaggio* - A ex-secretária do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza afirmou que viu malas de dinheiro na empresa. Segundo ela, Valério se encontrava regularmente com integrantes do PT, como o tesoureiro do partido, Delúbio Soares. Em depoimento à Polícia Federal, ela negou as afirmações, mas, em nova entrevista, ratificou as acusações e disse que mentiu por ter sido ameaçada de morte por um motoqueiro.

Haroldo Marschner - Proprietário da Precision Componentes, que teria recebido pedido de suborno de Marinho, para poupar a empresa de multa por atraso na entrega de material.

José Chaves - O deputado federal pelo PTB de Pernambuco teria indicado Marinho para a presidência da Universidade dos Correios, por sugestão do coronel José Fortuna Neves.

Diretores dos Correios citados no escândalo

Antônio Osório - Ex-deputado federal pelo PTB baiano e ex-diretor de Administração dos Correios, teria sido indicado pelo PTB. Segundo Marinho, teria participação no esquema e seria amigo do deputado Roberto Jefferson.

João Henrique de Almeida Sousa - Ex-presidente dos Correios, teria sido indicado pelo presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP).

Fernando Leite de Godoy - Ex-assessor executivo da Diretoria de Administração. Segundo Marinho, seria filiado ao PTB e teria participação no esquema.

Eduardo Medeiros de Morais - Ex-diretor de Tecnologia e Infra-Estrutura, teria sido indicado pelo secretário-executivo do PT, Sílvio Pereira. Foi apontado em carta anônima entregue ao senador Fernando Bezerra (PTB-RN) como responsável por licitação viciada para aquisição de kits de informática para o Banco Postal e interligação de agências, dirigida para beneficiar a empresa NovaData.

Edilberto Nery Petry - Coordenador de Integração de Projetos, acusado na carta anônima de ajudar Medeiros a definir as especificações dos equipamentos de forma a beneficiar e empresa Novadata.

Ricardo Henrique Suñer Caddah - Ex-diretor econômico-financeiro, teria sido indicado pelo líder do PMDB na Câmara, José Borba (PR).

Carlos Eduardo Fioravanti da Costa - Ex-diretor comercial, teria sido indicado pelo senador Hélio Costa (PMDB-MG).

Robinson Cury Viana da Silva - Ex-diretor de Recursos Humanos, teria sido indicado pelo senador Ney Suassuna, de quem é suplente.

Maurício Coelho Madureira - Ex-diretor de Operações, teria sido indicado pelo secretário-executivo do PT, Sílvio Pereira.

Júlio Imoto - Consultor da Diretoria de Operações, acusado de ser intermediário de Marinho na cobrança de propinas de empresários.

Responsáveis pelo vídeo em que Marinho aparece recebendo R$ 3 mil para beneficiar supostos empresários em licitações nos Correios.

Arthur Waschek Neto - Mandante da gravação, acusa Marinho de perseguir sua empresa, a Coman, nos contratos da estatal.

Antonio Velasco - Sócio de Washek, nega participação direta na gravação, a que chamou de "bobagem".

José Fortuna Neves - Capitão reformado da Polícia militar, o ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) seria representante de empresas que teriam participação em licitações colocadas sob suspeita em estatais. Marinho disse que Fortuna o ajudou a chegar à presidência da Universidade dos Correios. Já Roberto Jefferson diz que Fortuna teria tentado chantageá-lo com a fita.

Clauzer Esteves Dziedziensky - Sócio de Fortuna, intermediaria audiências na Diretoria de Tecnologia dos Correios.

Edgard Lange - Agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) conhecido como Alemão. Teria contado a Fortuna sobre a participação da Casa Civil nas investigações para chegar à Unisys, que tem convênios com a estatal e com a Previdência.

Arlindo Molina - Militar reformado da Marinha e ex-professor da Escola Naval, foi acusado por Roberto Jefferson de tê-lo chantageado com a fita. O deputado disse que somente atendeu Molina a pedido do senador Ney Suassuna (PMDB-PB).

Joel Santos Filho - Advogado, foi um dos interlocutores de Marinho na fita. Apresentou-se a Marinho usando pseudônimo, ao passar por representante de uma multinacional.

João Carlos Mancuso - Engenheiro, especialista em informática, confirmou ter participado da gravação.

Jairo Souza Martins - Policial militar licenciado e ex-agente da Abin, suspeito de ter entregado a fita à revista Veja. Segundo Waschek , Martins era o dono da maleta com equipamento de filmagem.

Diretores da empresa NovaData apontada como beneficiária de diversas licitações para fornecimento de computadores durante o governo Lula.

Mauro Dutra
Fernando Brites

Diretores da empresa Skymaster, cujos contratos de transportes com os Correios estão sob suspeita de superfaturamento

João Marcos Pozzetti
Hugo César Gonçalves
Américo Proietti
Luiz Otávio Gonçalves

* Apesar de requerimento para sua convocação não ter sido aprovado ainda, a convocação na CPI já é dada como certa pelos parlamentares.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)