Paulo Paim quer proteger empregos de maiores de 45 anos

Da Redação | 01/04/2005, 00h00

O senador Paulo Paim (PT-RS) pediu nesta sexta-feira (1), em Plenário, que a reforma sindical e trabalhista em estudo pelo governo busque proteger os empregos de quem tem mais de 45 anos. Sem negligenciar a importância do jovem no mercado de trabalho, disse ele, a reforma deveria preconizar a geração de mais postos de trabalho e não a discriminação contra o cidadão de idade mais avançada.

O senador leu artigo assinado pelo jornalista Roberto Monteiro e publicado no jornal Diário de Mogi. No texto, o jornalista comenta idéias defendidas pelo próprio Paim para que não se discrimine o ser humano quando ele chega no auge de sua vida, que, em sua opinião, é a idade entre os 40 e os 50 anos.

Há 10 anos, Paim já apresentava, na Câmara dos Deputados, projeto combatendo essa discriminação. A proposta, que ele lastima até hoje não ter sido aprovada, incluía artigo que dava incentivo fiscal para a empresa que mantivesse em seus quadros, no mínimo, 20% de profissionais com mais de 45 anos. De acordo com o parlamentar, o dispositivo foi incluído no Estatuto do Idoso, mas posteriormente retirado.  

- O que me sensibilizou foi o jornalista dizer que essa luta para que o cidadão com mais de 45 anos tenha direito a trabalhar merecia um milhão de colunas, um milhão de discursos, tinha que ser debatida pela sociedade.

Paim também contou que, indicado uma vez como sindicalista para uma viagem internacional, ficou quase um ano no Japão, onde observou que, ao envelhecer, o trabalhador japonês é respeitado como um mestre, que passa seus conhecimentos para as gerações mais jovens. No Japão, disse ele, o empregado idoso é aproveitado como professor, embora sem nível universitário.

Por isso, o senador entende que o Brasil deve fortalecer o ensino profissionalizante, para que a juventude tenha acesso à educação e a uma profissão, mas sem desprezar políticas para manter o idoso no mercado de trabalho.

- Nós defendemos e muito o primeiro emprego, mas entendemos também que a experiência acumulada do povo com mais de 45 anos não pode ser jogada na lata do lixo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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