Arthur Virgílio quer resposta do MEC a denúncia contra escolas do MST

Da Redação | 17/09/2004, 00h00

A partir de denúncia da revista Veja, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) encaminhou à Mesa do Senado requerimento de informações ao Ministério da Educação sobre o funcionamento de sistema de ensino contrário às normas oficiais nas escolas instaladas em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo a reportagem, os professores contratados pelo MST estariam ensinando "o ódio" e incitando a revolução entre as crianças, além de celebrar fatos históricos exaltados pelo socialismo, como a revolução chinesa e a morte de Che Guevara.

- Com todo o respeito que se tenha por essas figuras ou datas, elas são estranhas a nossa História e, especialmente, ao currículo escolar do ensino fundamental - comentou. Na opinião do líder tucano, "é urgente e necessário obter do ministro Tarso Genro uma palavra acerca da desobediência posta em curso nesses núcleos".

Caso as informações prestadas pelo MEC não convençam Arthur Virgílio quanto à adoção de medidas concretas para coibir essas práticas, o parlamentar pretende convocar os ministros Tarso Genro, da Educação, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, para prestar esclarecimentos ao Senado. Conforme observou, o requerimento e a possível convocação dos ministros justificam-se pela gravidade da denúncia.

- Não bastasse o acumpliciamento do governo petista, que fecha os olhos para as invasões de terras, que já viraram rotina, agora esse mesmo governo passa ao largo das denúncias que chegam à sociedade brasileira, como essa séria e nociva prática das escolas do chamado MST - protestou.

Na semana passada, os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB) e Heloísa Helena (PSOL-AL) já haviam se manifestado sobre o assunto. Suassuna revelou o temor de que a sistemática de ensino adotada pelo MST possa instigar atos violentos, comparando seu conteúdo ao ministrado em escolas da região de conflito entre Israel e Palestina. Já Heloísa Helena defendeu a educação desenvolvida pelos sem-terra, sustentando que, em vez de disseminar o ódio, estimula o sentimento de patriotismo, solidariedade e fraternidade.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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