Paim recebe de parlamentares americanos oferta de ajuda para acabar com a desigualdade racial

Da Redação | 15/04/2004, 00h00

Representando o presidente do Senado, o 1º vice-presidente Paulo Paim recebeu nesta quinta-feira (15) um grupo de parlamentares norte-americanos de afro-descendência que, além de convidá-lo para conhecer o trabalho realizado naquele país no campo dos direitos humanos, ofereceu ajuda financeira para o Brasil combater a desigualdade racial.

Acompanhados da ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Nacional de Promoção de Políticas de Igualdade Racial, os democratas William Lacy Clay, Carolyn Kilpatrick e Donna Christian-Christensen afirmaram que, mediante um pedido do governo brasileiro, feito por meio da embaixada, podem enviar recursos para o Brasil avançar em suas políticas de igualdade racial.

Integrantes da Frente Parlamentar Negra e membros do Grupo Brasil-Estados Unidos, eles disseram estar interessados em estreitar o relacionamento com o Brasil, por ser um dos primeiros países a receber escravos da África e ter hoje uma das maiores populações negras do mundo.

- Estamos aqui para discutir a legislação brasileira em direitos civis e direitos humanos. Temos experiência com esse movimento nos Estados Unidos e, na década de 60, conseguimos aprovar a legislação que hoje está sendo discutida no Brasil. Acreditamos assim que podemos ser de alguma ajuda - disse.

Os três parlamentares, assim como a ministra Matilde Ribeiro, receberam de Paulo Paim cópias do seu projeto de Estatuto da Igualdade Racial, que o senador definiu como seu objeto de maior devoção. Paim também disse que, da juventude brasileira morta na violência urbana, 90% são negros. E definiu o encontro como altamente positivo.

- Um grupo de parlamentares norte-americanos, que tem pautado sua atuação na luta pelos direitos civis e ações afirmativas, mostra-se totalmente à disposição de colaborar para que as políticas afirmativas sejam aprovadas rapidamente aqui no Brasil, via Estatuto da Igualdade Racial - resumiu ele.

No encontro, a ministra Matilde Ribeiro disse que o Brasil tem uma dívida histórica com a comunidade negra, mas que é impossível resgatar esse débito num período de apenas quatro anos, que é o mandato para o qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito.

Antes do encerramento do encontro, William Clay disse a Paim: "se esforce pelo seu projeto que nós podemos ajudá-lo. Desejo que isso seja apenas o começo de um longo relacionamento".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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