Lúcia Vânia aponta falhas no programa Primeiro Emprego

Da Redação | 02/07/2003, 00h00

A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) apontou nesta quarta-feira (2) falhas no programa Primeiro Emprego para a Juventude, lançado pelo presidente da República esta semana, especialmente na área educacional. Segundo a senadora, foi realizada uma grande festa com governadores, ministros, parlamentares e empresários, mas na elaboração do programa não houve a participação dos jovens, o assunto não entrou em pauta nos fóruns e reuniões das entidades de protagonismo juvenil e os educadores não foram ouvidos.

- É a educação que forma os valores. A princípio, na família. Depois, na escola e na comunidade. É aprendendo a ser, a conviver, a fazer e a conhecer, que se cria base educacional capaz de estimular a autonomia, a capacidade de associar idéias, de se expressar e trabalhar em equipe, respeitando divergências de opinião. Apesar de meritória, a implementação pelo governo do Primeiro Emprego impõe outras políticas públicas, principalmente na área educacional - frisou.

Para Lúcia Vânia, o ideal seria uma ampla interação entre educação e trabalho, com ações articuladas de promoção à saúde, esporte, lazer, cultura e, principalmente, garantia dos direitos. Ela disse que, por exemplo, o Brasil está perdendo terreno no combate ao trabalho infantil, que está voltando nas regiões mais pobres do Nordeste. Lúcia Vânia defendeu a montagem de oficinas e laboratórios, computadores nas escolas e incentivo aos programas de estágios como forma de garantir o direito dos jovens de desenvolver habilidades para o exercício de uma profissão.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) disse em aparte que o estágio deveria ser enfatizado pelo governo e manifestou preocupação quanto à discussão no governo em torno da redução dos gastos com educação. Segundo o senador, a idéia seria reduzir a vinculação de recursos do orçamento de 25% para 20%. -Não podemos permitir que haja redução nos gastos com educação-, afirmou.

Lúcia Vânia também destacou a necessidade, além da educação e do emprego, de investir mais na prevenção da violência. Ela apresentou estudo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, segundo o qual o custo médio para manter uma criança ou adolescente infrator internado é de R$ 4 mil.

A senadora ainda registrou voto de pesar pelo falecimento do ex-prefeito de Goiânia Hélio de Brito, -um líder político extremamente atuante e solidário-.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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