Iris de Araújo questiona democracia brasileria

Da Redação | 27/06/2003, 00h00

A senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) questionou nesta sexta-feira (27), em Plenário, se o Brasil pode ser considerado uma verdadeira democracia, em virtude de problemas como a manutenção da prática de tortura por parte do aparelho policial, denunciada nesta semana em relatório da Anistia Internacional.

- No Brasil, o aparelho policial torturar é fato corriqueiro - lamentou a senadora, ao citar caso recente ocorrido em Goiás, em que um inocente foi torturado até a morte por policiais.

Iris afirmou que vem de um passado de lutas contra a ditadura militar e questionou se é possível chamar de democracia um país onde muitas pessoas têm acesso restrito à comida, ou em que pessoas mais velhas enfrentam filas para pegar minguada aposentadoria ou ainda em que crianças, que deveriam estar nas escolas, ficam vagando pelas ruas pedindo esmolas nos sinais.

Hoje, destacou a senadora, não só crianças vivem de esmolas, também idosos abordam os carros nos sinais de trânsito. Além disso, observou, brasileiros vivem em casas feitas de papelão, cobertas de plástico. -Não vivemos realmente em uma democracia-, afirmou Iris.

Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) elogiou a sensibilidade da senadora, destacou que a tortura hoje atinge pessoas pobres e presas e afirmou que a grande vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a de ter origem humilde e assim poder entender melhor os sentimentos das pessoas que sofrem pelas privações materiais.

Também em aparte, o senador João Batista Motta (PPS-ES) associou-se às preocupações da senadora. Motta disse que o país tem melhorado, mas ainda há muito a se fazer. O senador sugeriu a isenção de tributos sobre gêneros alimentícios. -Um governo popular como o de Lula deveria contemplar na reforma tributária a desoneração de alimentos-, afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: