Furlan diz que exportação irá gerar 20% dos 10 milhões de empregos prometidos pelo governo

Da Redação | 01/04/2003, 00h00

Nos quatro anos do atual governo, o setor exportador deverá contribuir com a criação de 2 milhões de empregos, dos 10 milhões assumidos como compromisso de campanha pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A meta foi anunciada, nesta terça-feira (1º), pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

No atual exercício existe, segundo o ministro, um compromisso acertado com o setor privado de aumentar em pelos menos 10 % as vendas brasileiras ao exterior, com um acréscimo de divisas de mais de US$ 6 bilhões e uma geração de cerca de 400 mil empregos. Furlan informou que estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) chegam a dimensionar a possibilidade de o Brasil gerar 1 milhão de novos postos de trabalho por ano se houver uma alavancagem do setor exportador.

Além de evidenciar a prioridade concedida pelo governo às exportações e fazer um grande balanço das metas e dos seus objetivos à frente da pasta do Desenvolvimento, o ministro disse que a posição do presidente Lula claramente favorável à paz no conflito norte-americano com o Iraque coloca o Brasil em uma -posição muito simpática- com países onde os exportadores vêm tentando consolidar a presença brasileira. Ele mencionou o trabalho do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) com os países árabes e os do norte da África, ao comentar o interesse do Brasil em estar presente naqueles mercados.

O ministro afirmou que o Ministério do Desenvolvimento está trabalhando em três frentes. A primeira é a de estimular as exportações de maior valor agregado, buscando novas oportunidades e diversificando a pauta brasileira. -Apenas 100 empresas respondem por cerca de 50% das exportações do país-, disse Furlan, acrescentando que somente 20 produtos respondem pela maior parte da pauta, concentrada principalmente nos básicos. O complexo soja, por exemplo, deve atingir cifra próxima dos US$ 8 bilhões este ano, em recorde histórico, segundo o ministro.

A segunda frente é o que Furlan classificou de redução dos custos tributários, com a meta de alcançar a desoneração completa das exportações. Nessa linha de buscar maior competitividade, o ministro enumerou várias ações que vem desenvolvendo para reduzir custos de logística e infra-estrutura - 20 setores já estão sendo estudados nos Fóruns de Competitividade e há dois que ele considerou -preocupantes-, o de eletroeletrônico, com US$ 6 bilhões de déficit comercial, e o de químicos e petroquímicos, com US$ 2 bilhões de importações acima das vendas brasileiras.

A terceira frente é a de eliminar os entraves burocráticos, facilitando a vida do exportador. Nos exemplos que citou, Furlan destacou a modernização do Sistema de Comércio Exterior (Siscomex) e a unificação dos quatro sistemas de informação na área de comércio exterior. O ministro listou as ações que vem empreendendo na área de defesa comercial, de negociações nos fóruns internacionais e de acordos bilaterais, até a organização de cartilha para os empresários.

Deu exemplos de iniciativas na área de promoção comercial, com uma política agressiva, e do apoio às pequenas empresas com potencial exportador, como a montagem de um catálogo eletrônico e a reformulação da Agência de Promoção às Exportações (Apex), que passou a integrar o ministério. Furlan salientou ainda a importância de o Brasil ter empresas internacionais. A meta é chegar, ao final de quatro anos, segundo ele, com pelo menos uma dúzia de multinacionais brasileiras.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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