CPI: desenvolvimento só com preservação, diz diretor de ONG

Da Redação | 20/11/2001, 00h00

O representante da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação (SPVS), Clóvis Borges, afirmou na reunião desta terça-feira (20) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura denúncias de irregularidades praticadas por Organizações Não Governamentais (ONGs) que só se deveria conceber desenvolvimento econômico havendo conservação ambiental. Segundo Borges, todo desenvolvimento deve ser sustentável, respeitando o uso racional das áreas de preservação e promovendo a conscientização para reverter processos de devastação.

Respondendo questionamento do senador Leomar Quintanilha (PFL-TO), que presidiu a sessão, Clóvis Borges explicou que a única ligação entre a SPVS e a Fundação O Boticário - outra ONG que autua na região de Guaraqueçaba, no Paraná - foi o financiamento de alguns projetos da SPVS pela Boticário. Já em resposta ao senador Gilvam Borges (PMDB-AP), que atuou como relator na reunião, Clóvis Borges explicou que a SPVS recebeu recursos internacionais de fundações, ONGs como a The Nature Conservacy e do órgão do governo norte-americano Usaid.

Clóvis esclareceu ainda a Gilvam que a SPVS receberá R$ 10 milhões da General Motors ao longo de 40 anos, para cumprimento de projeto de conservação ambiental. A SPVS tem também convênios com o governo, especialmente com o Ministério do Meio Ambiente, e emprega 50 moradores do litoral do Paraná, além de ter 35 funcionários em seu corpo técnico. O diretor da SPVS destacou que apenas 7% do território paranaense está preservado. "Por lei deveria ser no mínimo 20%", afirmou. Guaraqueçaba é uma das regiões mais conservadas, fica na fronteira com São Paulo e tem mais de 300 mil hectares.

Clóvis Borges explicou que a SPVS foi criada em 1984 em Curitiba. Em seus primeiros anos realizou diversas atividades no sentido de complementar o trabalho do setor público na preservação ambiental, inclusive fora do Paraná. Nos anos 90, um convênio com o IBGE permitiu que a ONG focasse sua atuação em Guaraqueçaba por prazos mais longos. Uma nova fase de atuação configurou-se com a realização de projeto preservacionista e de recuperação de áreas parcialmente degradadas, ocupadas por fazendas de búfalos, cujo prazo de duração será de 40 anos. "Queremos que chegue a 60", afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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