Cabral quer resgate do prestígio do Parlamento

Da Redação | 02/08/2001, 00h00

Os homens públicos que agirem sem ética e responsabilidade serão riscados do mapa político pelo povo brasileiro, afirmou o senador Bernardo Cabral (PFL-AM), em discurso proferido da tribuna nesta quinta-feira (dia 2). O parlamentar lamentou que o Parlamento brasileiro seja hoje "uma instituição que não goza da simpatia do povo brasileiro".

Cabral afirmou que a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da proposta que limita a edição de Medidas Provisórias (MPs) mostra uma tentativa de se deslocar o eixo político para a Câmara. Na avaliação do senador, isso significa que Senado não vem desempenhando seu papel de Câmara Alta do país, "em virtude das lufadas que não são muito convenientes para a instituição, varrendo seu nome sério".

O senador ressaltou que os meios de comunicação "nem sequer registram as honrosas exceções" entre os políticos e colocam "a cada instante" um senador como "bola da vez, como se fosse possível varrer os 81". Segundo Cabral, os parlamentares comprovaram, durante o recesso, que "o Senado Federal padece, hoje, de reprovação em todos os níveis".

- Não é com o Senado sendo a bola da vez que se vai resolver o problema do desemprego - afirmou Cabral, citando também outros problemas brasileiros, como a fome e "o enriquecimento, cada dia mais, do sistema bancário, sobretudo dos banqueiros".

O caminho para se ter um Parlamento sério, ético e decente, para o senador, não será feito apenas por meio de "cursos superiores". Para ele, "pessoas com diplomas da universidade da vida são tão competentes para exercer mandato no Poder Legislativo quanto no Executivo".

- O que vale é a ética, a responsabilidade com o trato da coisa pública - afirmou Cabral, lembrando que o Parlamento é "sinônimo de liberdade política, sinônimo de que a democracia funciona".

Em aparte, o senador Ademir Andrade (PSB-PA) afirmou que, em qualquer país civilizado do mundo, o Parlamento é o mais importante de todos os poderes. Mas o Parlamento brasileiro não tem sido bem visto e respeitado pelo povo porque, na avaliação do senador, "é absolutamente submisso e, lamentavelmente, não se impõe".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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