Requião apresenta urna eletrônica que também imprime os votos

Da Redação | 26/07/2001, 00h00

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou, nesta quinta-feira (dia 26), uma nova versão da urna eletrônica, que contém uma máquina impressora. O sistema apresentado pelo senador permite a recontagem de votos em cédulas de papel, se houver suspeita de fraude. Além de computar eletronicamente o voto, a máquina o imprime, acrescentando a ele um código de barras e depositando-o em uma caixa lacrada. O processo desenvolve-se sem a manipulação pelo eleitor, que pode acompanhar a impressão através de um visor.

De acordo com Requião, a nova urna tornará a eleição mais confiável. Ele informou ter procurado várias empresas para que produzissem protótipos de impressoras e da caixa de votos a serem acopladas com a urna utilizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os modelos que lhe foram apresentados, o parlamentar acabou por aprovar a máquina concebida pela Epson, apresentada por ele à imprensa, em seu gabinete. O senador afirmou que, em uma licitação, o custo do novo equipamento - que é livre de patente - não deverá ultrapassar um custo unitário de R$ 50,00.

- A nova urna afasta a possibilidade de fraude no sistema, que atualmente não permite auditoria. Com a impressão, será possível aferir os votos também por contagem manual e pela leitura de barras - afirmou, acrescentando que, hoje, apenas técnicos ligados à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) têm acesso ao sistema utilizado para contar os votos.

Requião mostrou o novo equipamento ao presidente do PDT, Leonel Brizola, que o acompanhou a um encontro com o presidente do TSE, ministro Nelson Jobim. O senador disse esperar que a proposta da urna com impressora de votos seja aprovada por Jobim. No gabinete de Requião, Brizola - que aprovou o novo modelo de urna - mostrou preocupação também com o sistema de totalização de votos, durante a apuração. Ele citou o exemplo das eleições para o governo do Rio de Janeiro, em 1982, quando foi vítima de uma tentativa de fraude.

Ao apresentar a nova máquina, Roberto Requião pediu a aprovação do projeto de lei de sua autoria que torna obrigatória a impressão dos votos. O projeto, que tem parecer favorável do senador Romeu Tuma (PFL-SP) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), prevê a recontagem aleatória de 3% dos votos impressos.

Energia

O senador e o presidente do PDT criticaram o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, a quem responsabilizaram pela crise de energia no país. Requião lembrou que o Paraná exporta energia e que, em sua gestão como governador do estado, obteve empréstimos do Banco Mundial para investir em geração de energia elétrica, ao contrário do governo federal. Tanto Brizola quanto Requião defenderam a união das forças de oposição para vencer a próxima eleição presidencial.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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