Relatório da CPI do Futebol vai sugerir nova legislação

A CPI do Futebol não vai se restringir a apuração de irregularidades. O presidente da comissão, senador Álvaro Dias (sem partido - PR), disse que mudanças na legislação que rege o desporto são fundamentais para prevenir desmandos como os encontrados pelos senadores em clubes e federações. "É necessária uma legislação mínima que atinja a estrutura do futebol", disse o senador.

O principal sugestão que deve constar do relatório final da comissão é uma drástica mudança no processo de escolha dos dirigentes esportivos. Isso evitaria casos como o da federação mineira, controlada há mais de 35 anos pela família Guilherme.

- O novo modelo eleitoral, com restrições à reeleição dos presidentes de federações e confederações, renovaria os quadros, permitindo a oxigenação da administração - justificou Álvaro Dias, acrescentando que a omissão deverá propor também normas reguladoras para o desporto, com possibilidade de responsabilização civil e criminal dos dirigentes.

Álvaro Dias anunciou o cronograma da comissão para os próximos meses. Em agosto, logo após o recesso, deverão ser ouvidos os presidentes do Vasco, o deputado Eurico Miranda; do Flamengo, Edmundo Santos Silva, e da CBF, Ricardo Teixeira. Por ser parlamentar, Eurico pode escolher a data do depoimento, que o senador sugere que ocorra na segunda quinzena de agosto. Também em agosto, será nomeado um grupo de trabalho que vai elaborar as sugestões de nova legislação para o desporto.

O mês de setembro será dedicado à elaboração do relatório final. Álvaro Dias espera que em outubro o trabalho da comissão esteja concluído. O relator da CPI é o senador Geraldo Althoff (PFL-SC).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)